ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 05.10.1987.

 


Aos cinco dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Décima Quinta Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Getúlio Brizolla, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Paulo Satte, Paulo Sant’Ana, Pedro Ruas, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Werner Becker e Cláudio Dubina. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou ao Ver. Caio Lustosa que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata da Centésima Décima Quarta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Aranha Filho, 01 Pedido de Providências, solicitando a retirada de pedras obstaculizadoras do passeio público na Rua Félix da Cunha, em frente aos prédios nºs 1060, 1144 e 1164, bem como seja promovido o impedimento desses obstáculos em toda nossa Capital, substituindo-os por floreiras; do Ver. Frederico Barbosa, 01 Pedido de Providências, solicitando calçamento da Rua Gen. Jonatas Borges Fortes, no trecho compreendido entre as Ruas Manduca Nunes e Patrimônio; pelo Ver. Jaques Machado, 01 Pedido de Providências, solicitando que seja notificado o proprietário do terreno baldio localizado na Rua Baltazar de Oliveira Garcia, ao lado do nº 1491; 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado a reposição do telefone público (orelhão) na Rua Serafim Alencastro nº 760. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 558; 559/87, do Sr. Prefeito Municipal; Ofícios Circulares nºs 10/87, da Câmara Municipal de Cubatão, SP; 63/87, da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, SP; Circular da Câmara Municipal de São José do Rio Preto, SP; Cartão do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre. Após, o Ver. Hermes Dutra registrou o falecimento, dia três do corrente, em Palmeiras das Missões, do Ver. Bennoni Brizolla, do PDS, Presidente da Câmara Municipal de Palmeiras das Missões. Na ocasião, os Vereadores Jorge Goularte pelo PL; Raul Casa, pelo PFL e PMDB e Isaac Ainhorn, pelo PDT, apresentaram suas condolências aos familiares do Ver. Bennoni Brizolla, através do Ver. Getúlio Brizolla, irmão de S.Exa. A seguir, o Sr. Presidente registrou a presença, no Plenário, do Ver. Harson Braum, de Nova Petrópolis. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. Raul Casa discorreu sobre o acidente ocorrido em Goiânia, quando várias pessoas sofreram contaminação por material radioativo vendido como sucata ao “ferro-velho”. Atentou para a necessidade de que esse tipo de material receba constante fiscalização e tenha um destino próprio após o término de seu uso, para que não sejam observados novos acidentes dessa natureza. Teceu comentários sobre notícia publicada, hoje, no Jornal Correio do Povo, segundo a qual teria sido impedida a construção de um muro na confluência das Ruas Rodolfo Gomes e Múcio Teixeira, pela comunidade local, analisando a tomada de posse da área por um particular, quando sua destinação inicial seria a construção de uma praça e criticando a atuação do Sr. Dilamar Machado, Diretor do Demhab, quanto ao assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Raul Casa deu continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, acerca da ocupação, por particular, de área inicialmente destinada à construção de uma praça. Comentou posicionamento do Sr. Prefeito Municipal, favorável à desapropriação dessa área, destacando estar S.Exa. encontrando resistência de parte do Sr. Dilamar Machado para a resolução do assunto. Lamentou a pichação de próprio municipal pelo Sr. Dilamar Machado, integrante do PDT. Ainda em GRANDE EXPEDIENTE, a Verª. Teresinha Irigaray discorreu acerca dos problemas enfrentados pela Brigada Militar que têm impedido que essa corporação garanta a segurança da população, tais como a falta de veículos, de combustível e de outros materiais básicos. Lançou a proposta de criação de convênios com as indústrias do Estado para que seja possível a manutenção da Brigada Militar e sejam alcançados os objetivos aos quais se destina essa corporação. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento do Ver. Flávio Coulon, solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares, no dia seis do corrente. Ainda em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. Adão Eliseu reportou-se ao pronunciamento, de hoje, da Verª. Teresinha Irigaray, sobre os problemas enfrentados pela Brigada Militar, comentando a presença dessa corporação, quinta-feira passada, na solenidade de entrega do Prêmio Springer “Por um Rio Grande Maior”, analisando o assunto. Destacou ser o Governo Estadual o maior responsável pela situação precária em que se encontra a Brigada Militar, por não garantir os recursos que ela necessita para realização de seu trabalho em defesa da população. Solicitou o apoio de todos os Parlamentares para que não seja retirada, pela nova Constituição, a função de policiamento preventivo da Polícia Militar. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE o Ver. Brochado da Rocha falou sobre o problema da falta de segurança no País, traçando um paralelo entre a situação atual e aquela observada durante o regime militar, analisando a influência dos anos de ditadura para o quadro de violência crescente hoje visto no Brasil. Comentou o papel das polícias civil e militar no País, salientando questionamentos sempre realizados em torno das verbas a serem destinadas à segurança pública pelos governos brasileiros. Comentou Substitutivo do Ver. Cleom Guatimozim ao Projeto de Lei do Executivo que cria as “Casas da Criança”, destacando sua importância para a diminuição do índice de marginalidade em Porto Alegre. Ainda em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. Hermes Dutra lamentou a retirada do Substitutivo do Dep. Bernardo Cabral ao Projeto Constituinte, da definição do tráfico de drogas como crime inafiançável, em vista dos malefícios causados à comunidade por esse tipo de tráfico. Comentou a reabertura do Jornal “La Prensa”, da Nicarágua, agradecendo o apoio recebido dos Vereadores Lauro Hagemann e Paulo Sant’Ana, à Moção de Repúdio que apresentou ano passado, pelo fechamento daquele jornal. Discorreu sobre a necessidade de criação de um novo título para a homenagem de personalidades que não sejam cidadãos porto-alegrenses, pelo fato do título de Cidadão Emérito não ser destinado especificamente para esse fim. Disse ter encaminhado Pedido de Providências ao Executivo Municipal, solicitando um aumento no valor do seguro de vida em grupo concedido aos funcionários municipais. Solicitou o envio, pelo Prefeito Alceu Collares, de projeto que torne obrigatória a contribuição dos ocupantes de Cargo em Comissão para esse seguro. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, foi aprovado Requerimento do Ver. Clóvis Brum, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de cinco a sete do corrente. Em continuidade, o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Eroni Carus e, informando que S.Exa. já prestara compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Educação e Cultura. Em Discussão Geral e Votação Secreta, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 40/87 que teve sua discussão e votação adiadas por três Sessões a Requerimento, aprovado, do Ver. Flávio Coulon. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nºs 21/87, com Emenda, após ter sido discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Paulo Sant’Ana. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 54; 56; 58; 61; 62/87. Ainda foram aprovados os seguintes Requerimentos solicitando dispensas de distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: do Ver. Aranha Filho, em relação ao Projeto de Lei do Legislativo nºs 58/87; do Ver. Jorge Goularte, em relação aos Projetos de Lei do Legislativo nºs 61 e 62/87; do Ver. Raul Casa, em relação aos Projetos de Lei do Legislativo nºs 54 e 56/87. Ainda foram aprovados os seguintes Requerimentos: da Ver.ª Bernadete Vidal, de Voto de Congratulações com Racimec, pela pesquisa e lançamento de uma impressora matricial para o método “Braille”, projetada pela empresa Racimec; de Voto de Pesar pelo falecimento de Tereza Ughini Bertoldo; do Ver. Mano José, de Voto de Congratulações com a Associação dos Amigos da Av. Cristóvão Colombo, pela passagem de seu aniversário; do Ver. Pedro Ruas, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 58/87, seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação, de Urbanização, Transporte e Habitação e de Finanças e Orçamento. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Hermes Dutra, Paulo Sant’Ana, Werner Becker, Cleom Guatimozim, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, acerca da regimentalidade de pareceres das Comissões Permanentes que são pela tramitação de projetos; do Sr. Hermes Dutra, acerca do art. 43 do Regimento Interno; do Sr. Aranha Filho, acerca da regimentalidade de declaração de Voto por Parlamentar que se absteve de votar. Ainda, foram apregoados Requerimentos do Ver. Kenny Braga, solicitando que o período de Comunicações do dia oito do corrente seja utilizado para homenagear a passagem dos vinte anos da morte de Ernesto Che Guevara; do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando que a Grande Expediente do dia vinte e oito do corrente seja indicado a homenagear Ernesto Che Guevara, pela passagem dos vinte anos de sua morte. Os Requerimentos dos Vereadores Kenny Braga e Antonio Hohlfeldt, acima referidos tiveram adiadas as suas votações, por uma Sessão, para posterior deliberação da Mesa. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Frederico Barbosa, acerca dos problemas que vem ocorrendo na Casa pela duplicidade de proposições que são registradas; do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca da legalidade de seu Requerimento, acima referido, tendo em vista ter o mesmo seguido todas as formalidades exigidas pela Casa. Ainda, o Sr. Presidente convocou os membros das Comissões de Justiça e Redação, de Educação e Cultura, de Finanças e Orçamento e de Urbanização, Transportes e Habitação para examinar o Parecer Conjunto que altera dispositivos da Lei 5732 e as Comissões de Justiça e Redação e de Educação Cultura para reunião amanhã, às treze horas e trinta minutos. Na ocasião, o Ver. Werner Becker solicitou que a convocação feita pelo Sr. Presidente, além de oral também seja feita por escrito. Após, foi aprovado Requerimento oral, do Ver. Hermes Dutra, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em Discussão Preliminar estiveram: em 1ª Sessão, Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 05/87; Projetos de Lei do Executivo nºs 62; 63/87; em 2ª Sessão, Projeto de Lei do Legislativo nº 07/87; Projetos de Resolução nºs 36; 35/87, discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt; em 3ª Sessão, Projetos de Lei do Legislativo nºs 92; 93; 83; 84; 86; 94; 78; 85/87, discutido pelo Ver. Isaac Ainhorn; Projeto de Lei do Executivo nºs 59; 53; 58; 55/87, discutido pelo Ver. Flávio Coulon; 56/87, discutido pelo Ver. Flávio Coulon; 57/87, discutido pelo Ver. Flávio Coulon; Projetos de Resolução nºs 31; 32; 34/87; Projetos de Lei do Legislativo nºs 89; 90; 82; 88; 91/87; Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 09/87. Ainda o Sr. Presidente acolheu Questão de Ordem do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca de Requerimento de sua autoria, solicitando que o período de Grande Expediente do dia quatro de novembro seja destinado a homenagear o Jornal Diário do Sul. A seguir, foi efetuada nova verificação de “quorum”, respondendo a chamada os Vereadores Cláudio Dubina, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Isaac Ainhorn, Jorge Goularte, Paulo Sant’Ana e Pedro Ruas. Constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezessete horas e quarenta e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Teresinha Irigaray e Frederico Barbosa e secretariados pelos Vereadores Frederico Barbosa, Jaques Machado e Jorge Goularte, o último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Frederico Barbosa, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Teresinha Irigaray): Concedemos a palavra ao Ver. Hermes Dutra para uma Comunicação.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sra. Presidente, faço um registro lamentável e muito triste para os vereadores do Rio Grande do Sul e, em especial, ao meu partido, o PDS. Sábado, num acontecimento infausto e altamente contundente, faleceu, em Palmeiras das Missões, assassinado, o Ver. Bennoni Brizolla, que era Vereador do meu partido, naquela cidade, Presidente da Câmara de Vereadores de Palmeiras das Missões e que era irmão do nosso companheiro, nesta Casa, Ver. Getúlio Brizolla. Faço essa Comunicação bastante contristado, porque convivi na Associação de Vereadores do PDS, fui companheiro de diretoria do falecido Bennoni e em muitas andanças por esse Rio Grande ele sempre nos acompanhou. Era um homem de 40 anos, mas um jovem no espírito e na convivência. Por esses insondáveis caminhos do destino teve uma morte tão trágica que só nos cabe lamentar e transmitir à família enlutada e ao Ver. Getúlio Brizolla nossas condolências sentidas, de forma muito particular em nome do meu Partido. Ver. Getúlio Brizolla, estamos sentidos com a perda daquele Vereador. Sou grato.

 

A SRA. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Jorge Goularte.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sra. Presidente, endosso as palavras do Ver. Hermes Dutra e lamentamos profundamente a morte do meu querido amigo Bennoni Brizolla. Ele foi amigo de muitos anos, companheiro de congressos e de batalhas. Solidarizo-me à família Brizolla; leve, companheiro Getúlio Brizolla, as nossas condolências sinceras pelo falecimento trágico de Bennoni Brizolla em Palmeiras das Missões.

 

A SRA. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Raul Casa para uma Comunicação.

 

O SR. RAUL CASA: Sra. Presidente, a Bancada do PFL, e por honrosa delegação do PMDB também, se soma ao luto e à dor da família do nosso ilustre companheiro, colega e Ver. Getúlio Brizolla pelo ocorrido. A presença de S.Exa. no Plenário, nesta tarde, é a melhor homenagem que ele pode prestar à memória de seu irmão e aos trabalhos desta Casa. Somamos e fazemos nossas as palavras do Ver. Hermes Dutra e do Ver. Jorge Goularte.

 

A SRA. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Por deferência especial, solicitou-me o Líder da Bancada do meu Partido, o PDT, que externasse à família do Ver. Bennoni Brizolla, em especial ao nosso querido companheiro de Bancada, Getúlio Brizolla, que perdeu de forma tão trágica o seu irmão a quem tivemos oportunidade de conhecer pessoalmente. É profundamente entristecedor um fato como este, que veio a ocorrer com um jovem que indiscutivelmente, tinha pela frente um futuro brilhante.

A Bancada do PDT, Sra. Presidente, externa o seu profundo pesar pelo falecimento do nobre Vereador Bennoni Brizolla, de Palmeiras das Missões.

 

A SRA. PRESIDENTE: Nobre Ver. Getúlio Brizolla, V.Exa. recebeu as manifestações das Bancadas que estão em Plenário e receba, também, da Presidência da Casa o Voto de Pesar e de Solidariedade pela perda que acaba de acontecer. Nosso abraço e estamos solidários neste momento amargo e extremamente difícil.

Registramos a presença, em Plenário, do Ver. Harson Braum, de Nova Petrópolis. V. Exa. Sinta-se em sua Casa.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Com a palavra, o Ver. Raul Casa.

 

O SR. RAUL CASA: Srª. Presidente e Srs. Vereadores. Continua repercutir não apenas na Nação, mas no mundo inteiro o grave acidente de Goiânia já agora com as mais sombrias perspectivas com relação ao mínimo de dez pessoas contaminadas por produto radioativo deixado jogado no lixo pela incúria, pela falta de cuidado, não apenas de quem o fez, mas, também, das autoridades responsáveis pelo zelo da saúde pública.

Queremos repisar neste assunto já que o fizemos sexta-feira passada para reiterar mais uma vez as providências que pedimos desta Tribuna para o Executivo Municipal, no sentido de que a nossa cidade tenha perfeitamente localizado todos os locais onde se encontram materiais radioativos. Deve-se recordar que a nossa cidade, por trabalho do Ver. Jorge Goularte está proibida de manter qualquer equipamento atômico, que não sejam aqueles que existam atualmente.

Nós sabemos que em nossa Capital muitos hospitais já foram desativados. Hospitais que possuíam sistemas de Rx, mas até hoje não sabemos que destino teve este lixo atômico. Por isso, antes que esta tragédia volte a se repetir, em nossa Capital ou qualquer outra cidade, vamos prevenir, vamos alertar as autoridades, porque o que ocorreu em Goiânia não pode ocorrer em Porto Alegre, porque os alertas que estamos fazendo já fixam para os Anais da Casa o cuidado que se deve ter com este tipo de material: ele deve ter uma destinação própria, adequada e que deixe a população a salvo de tragédias, como a que está envolvendo o povo, nem digo mais o de Goiânia, mas o brasileiro.

 

O Sr. Nilton Comin: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero me somar ao que V.Exa. está dizendo, eu já havia feito um modesto pronunciamento sobre esse acidente, um dos mais graves acidentes do mundo, conforme V.Exa. colocou, há pouco. Esse acidente, com o Césio, produto radioativo em pó, difere do de Chernobyl apenas por que lá o produto era gasoso, e aqui em pó. Mas, ocorre que num País subdesenvolvido como o Brasil, acidentes de menor monta, sem que sejam produtos radioativos, estão matando milhares de pessoas, por esse Brasil afora. E quero colocar uma coisa bem simples, para somar ao pronunciamento de V.Exa. que o chumbo das panelas de pressão, o verniz das latas de conservas e o chumbo de revestimentos das latas está matando a população, só que somos subdesenvolvidos até no atestado de óbito, e colocamos outra causa. Então quero me somar a V.Exa., porque esse assunto é de tal gravidade, é comentado em todo o mundo o que V.Exa. está colocando, e nós temos que ter, pela Cidade de Porto Alegre, alguns respaldos, porque a imprensa, há questão de dez anos, colocava que algum material radioativo do Instituto de Física da UFRGS era perigo para a população da Cidade de Porto Alegre.

 

O SR. RAUL CASA: Incorporo com muito prazer o pronunciamento de V.Exa.

 

O Sr. Caio Lustosa: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul Casa, nós nos congratulamos com os conceitos emitidos por V.Exa., e pela propriedade do seu pronunciamento, lembrando que, inclusive, aqui, em Porto Alegre, há uns três ou quatro anos atrás, nós fomos chamados pelo então Deputado Ibsen Pinheiro e constatamos, “in loco”, no Instituto de Física da Universidade, a existência de uma cápsula e material radioativo, que também estava completamente sem proteção alguma, sem fiscalização. Na época, o Reitor Early M. Moreira, determinou a remoção da cápsula para Campus da Agronomia. Isto mostra que, realmente, não existe, no País todo qualquer fiscalização neste sentido. Há uma irresponsabilidade total nesta área. Inclusive, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, ao nosso ver e também dos que têm compromisso com a sociedade brasileira, ela é a grande co-responsável por isto tudo. É um organismo fechado, tecnocrata, inclusive com contas secretas, com verbas vultosas, que ela manipula como quer e tem atribuições de produzir, de fiscalizar, tudo junto, dentro de um mesmo complexo. Isto mostra que o Brasil, a população brasileira, está na mão dos chamados nucleocratas, que dominam a Comissão de Energia Nuclear. Acho que V.Exa. deveria aprofundar esta análise, bom como esta Câmara e todas as Câmaras do País, no sentido de que, quem seja submetido a uma grande investigação, não só sobre este caso, mas sobre todo o escândalo nuclear no Brasil, seja a Comissão Nacional de Energia Nuclear, dirigida por um cidadão chamado Rex Nazaré, envolvido em grandes falcatruas e desvios de verbas, como há pouco tempo se denunciou.

 

O Sr. Jorge Goularte: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentá-lo pela excelência do material levantado em seu pronunciamento e falar que também concordo com o Ver. Caio Lustosa. Quero ainda dizer que V.Exa. fala em meu nome pessoal e do PL nesta matéria, que é de grande profundidade. V.Exa. fez um levantamento muito sério, sobre algo de extrema gravidade, em que temos que falar sempre, para que não se repita em nenhuma cidade do Brasil.

 

O SR. RAUL CASA: Quero dizer que a partir da resposta de S.Exa., ao nosso Pedido de Informações, vou me reunir com companheiros de todas as Bancadas para, quem sabe, estabelecermos aqui um roteiro, um trabalho no sentido de que a nossa população não fique sujeita a este tipo de manifestação de descaso com a coisa pública.

 

O Sr. Aranha Filho: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, realmente, é de extrema importância requerer do Executivo Municipal, porém, acredito que na resposta do Executivo deveria constar toda a preocupação da defesa civil do Município, pois ela é parte integrante do processo e deve dar a sua lavra, chancelar o Sr. Prefeito Municipal.

 

O SR. RAUL CASA: Agradeço a V.Exa. e V.Exa. sabe que me socorri de seus préstimos no sentido do Pedido de Informação. Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o “Correio do Povo”, de hoje, página 7, publica uma matéria, segundo a qual moradores impedem um muro: realmente, na confluência das Ruas Rodolfo Gomes e Múcio Teixeira, nas cercanias da minha casa, existe uma área desapropriada destinada a uma praça; pois bem, uma nesga de terra desta praça, que também foi desapropriada, mas que a Prefeitura não tem nos seus registros, porque ali havia uma casa, a Prefeitura destruiu a casa, recolheu o material, e uma pessoa que tem várias passagens na polícia, se adonou de um pedaço da praça com um documento e cercou a praça com grades. Tenho, em mãos, um abaixo-assinado com mais de 200 assinaturas de moradores daquela zona que pediram que esta nesga de terra, que é integrante da praça, seja usada, também, para ampliação da praça. O Sr. Prefeito Municipal, no início deste ano determinou que daquela área fosse retirado material, que essa pessoa ali depositara e fosse recolhido ao DEMHAB até que ficasse provada a propriedade do terreno, já que é apenas a matrícula do Registro de Imóveis que prova a propriedade de um terreno, como aquele em área nobre da Capital. Pois pasmem os Srs. Vereadores! O Sr. Dilamar Machado, Diretor do DEMHAB, contrariando as ordem do Sr. Prefeito Municipal mandou devolver para a referida cidadã, com vários processos em tramitação na Justiça, todo material e vê a invasão dessa área com a maior simpatia porque advoga aqueles documentos todos que essa cidadã diz ter, mas não tem o legítimo. O Sr. Prefeito Municipal já mandou retirar dali uma barraca em plena praça, onde se alojava uma família, não por necessidade, mas paga por essa pessoa, que diz textualmente: (Lê.) “E estou indo às barras dos tribunais a partir de hoje dizendo que todos alegam que a Ester” - o nome desta pessoa – “possui um termo de cessão de transferência de direitos de usucapião, mas ela diz que o terreno é seu e que tem gente de olho grande, acusando, inclusive o Ver. Raul Casa.”

Estou de olho grande no terreno para fazer uma praça que é a aspiração dos moradores daquelas ruas e não posso permitir que os órgãos públicos e o DEMHAB dêem cobertura a uma pessoa que é objeto de várias ações penais, que obtém informações, e nós estamos no rastro disso, dentro da própria Prefeitura e não duvidem por que ela já prometeu apoio ao Sr. Dilamar Machado.

Sr. Presidente com a complacência dos meus pares vou usar a Liderança do PFL para completar o assunto. Para dizer mais, que parece que o Sr. Prefeito Municipal dá a ordem e os demais escalões não cumprem porque foi na imprensa televisionada, escrita e falada que S.Exa. disse que os muros da nossa Capital seriam totalmente limpos de propaganda, curiosamente, na esmagadora maioria de pessoas do PDT, limpos no decorrer desta semana. Pois, neste sábado e domingo, em um próprio municipal, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em um próprio municipal, um candidato do PDT, desautorizou a palavra de S.Exa., estava pichando um muro num próprio municipal, curiosamente, repito, do seu partido, sem que S.Exa., porque mantive contato com ele, está profundamente agastado com este tipo de posicionamento, inclusive, de elementos do seu Partido. Sei que S.Exa. tem me dado todo apoio e o apoio da comunidade do Menino Deus, da Múcio Teixeira e da Rodolfo Gomes no sentido de desapropriar aquela nesga de terra e ali fazer a continuação da praça, mas, lamentavelmente, S.Exa. encontra resistência até de Diretores e Secretários da sua própria Administração. Quero eximir pessoalmente o Sr. Prefeito desses fatos, mas o Prefeito Municipal tem o dever de exigir que seus subordinados cumpram suas determinações, é o mínimo, Ver. Jorge Goularte, que um administrador consciente, que quer o bem desta cidade, pode fazer, porque não é crível que ele determine que a cidade seja limpa de inscrições de todos os partidos, na maior parte do seu próprio partido, e, como a desafiá-lo, um membro do seu partido, 3 dias depois dele ter prometido à própria Justiça Eleitoral do Estado, vem a pintar seu nome num próprio municipal, cujo local eu dei a S. Exa. O que está ocorrendo, na verdade, é uma falta de sintonia entre as ordens emanadas do Sr. Prefeito e alguns escalões resistentes que querem fazer a sua própria política, criando problemas dentro da própria Administração Municipal. E nós, do PFL, Srs. Membros do PDT, embora nossa boa vontade, estamos chegando no limite porque vemos que muitas das coisas que se pretende fazer em favor desta cidade vem encontrando uma enorme resistência - repito -, e eximo totalmente o Sr. Prefeito, em alguns escalões que querem ver S.Exa. mal colocado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Pela ordem. Verª. Teresinha Irigaray, V.Exa. a palavra.

 

A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O registro desta tarde poderia ser em resposta ao Ver. Raul Casa sobre o que ele falou. Mas acho que tem um assunto mais importante. O dele não é tão importante, a Cidade está pichada por aí até por candidatos natos que são os Vereadores, mas a Cidade também está pichada por outras coisas ninguém se preocupa e ninguém vê. Completamente pichada pelas multinacionais Pepsi-Cola e Coca-Cola e ninguém fala nada.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

É um espanto, Vereador. Tudo bem, mas aqui vai uma reclamação minha. O problema de hoje a ser abordado é a segurança. E em se falando em segurança principalmente nos problemas que estão cercando e tornando praticamente impossível de ser operosa a nossa Brigada Militar. O Ver. Adão Eliseu, legítimo representante da Brigada, como o Ver. Jorge Goularte também, não vai sequer uma crítica à própria Corporação, o que vai é apenas um pedido para que sejam tomadas medidas enérgicas, humanizadoras, para tornarem esta Corporação, eficiente a ponto de proteger o Povo. Quinta-feira participando da solenidade “Por um Rio Grande Maior”, a entrega do Prêmio Springer quem mais se destacava - e eu estava sentada no Plenário e olhava - na parte adorno e de recepção da Assembléia Legislativa, era a Brigada Militar com seus trajes épicos, coloridos, cintilantes, bonitos, lembrando uma época Farroupilha que já está no passado. E eu olhava suas botas pretas, bem lustradas, os seus capacetes dourados, Ver. Kenny Braga, os seus dólmans bonitos e dizia, meu Deus, isto está fora da realidade! Nós não estamos vivendo a realidade; eles estão aqui como figura decorativa, mas fora da porta desta Casa a Brigada está enfrentando problemas na sua estrutura que não lhe dá condições, por exemplo: não tem sapatos, não têm coturnos, não têm condições. Os assaltos são continuados, repetidos e eles não têm, realmente, condições de enfrentarem tudo isso. Então fiquei assombrada, estava assombrada comigo mesmo porque ali era uma repetição da história Farroupilha. Agora, eu pergunto: e a Brigada atual, o que é que ela está representando e somando para o povo? O que o povo, também, está contribuindo para ela? E o que nós, Legisladores, estamos fazendo? A proposta desta tarde, Senhores defensores e representantes da cooperação, é muito simples. Não sou nenhuma Governadora de Estado, não sou prefeita, eu sou uma simples Vereadora, mas eu acho que nós temos que tomar posições mais simplistas. Que tal mudar o termo, adotar, já está usado, defasado e completamente do calendário fora do calendário, a palavra convênios. Por que não conveniar para a Brigada Militar? Somos, Ver. Adão Eliseu, dentro do Vale do Rio dos Sinos, a indústria talvez mais rica, a indústria calçadista do Rio Grande do Sul. Vários nomes famosos do calçado estão aí exportando para o Estados Unidos, Europa e para todos os países, por que não conveniar que esta indústria ceda o calçado para a Brigada Militar do seu Estado. Temos, por exemplo, fábricas do vestuário no Vale do Rio dos Sinos, também, ricas, famosas, porque não dar à Brigada Militar? As viaturas, ou algumas viaturas, ou as principais viaturas da Brigada Militar não podem ser mantidas por firmas, como exemplo, como Panambra, Copagra. Os postos da Ipiranga porque não oferecerem gasolina e álcool? Eu não digo no todo, porque isto tem que ser suprido pelo próprio Governo do Estado, mas a situação é emergencial. Quem sabe 20, 30, 40 viaturas da Brigada terem aqueles vales de gasolina e álcool dados pela distribuidora. E algo pela população: matéria de armamento, nós temos fábricas de armas aqui a Rossi, a Taurus. Agora, dizerem que não pode, mas pode. Podemos conveniar. A Brigada, Ver. Jorge Goularte, merece. Ela merece esta atenção, ela merece esta nossa reflexão, ela merece nosso carinho e merece que estejamos aqui na Tribuna pedindo por ela, porque atrás dela está a segurança do povo. Atrás dela estão as crianças que saem das escolas e são assaltadas. Eu já disse aqui na Tribuna e torno a repetir, associo a Vila Restinga, o assalto que houve a seis jovens que saíram da escola e três viaturas não puderam acompanhar o assalto porque uma estava sem o volante, a outra com pneus furados e a outra sem gasolina. Sei que o Governo está pobre; sei que atravessamos uma forte crise econômica e financeira, a maior deste País. Mas temos de achar soluções, temos de ter alternativas, temos de buscar caminhos. Há convênios para tudo, por que não com a Brigada? O Sr. Governador não pensou? Pensamos nós. Estamos com a Cidade desprotegida e à espera dos assaltantes. As declarações vêm todos os dias “polícia não entra aqui; aqui é uma vila sem lei”. Estamos desprotegidos. Os assaltos, os estupros, a violência, se processam de maneira fantástica. Estamos exatamente na era da violência. Por que não protegermos, não canalizarmos, não pedirmos àquele órgão que vai proteger, que está imbuído na sua função protetora de dar o descanso e a proteção do povo. O que ouvi, na quinta-feira, daqueles soldados da BM, lembrando aquela época, heróica época dos Farrapos, causou-me espécie. Pensei, “meu Deus, estou fora da realidade, então”. A BM está fora da realidade; ela manda aqui, no seu atavismo, nas suas belas roupas, pessoas que lá fora não têm sapatos, armas, veículos, etc. Estão sem condições para proteger o povo.

 

O Sr. Brochado da Rocha: V.Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Confortando seu discurso, todas as firmas que V.Exa. citou elas podem, tendo em vista que pagam tributos ao Governo, através dos convênios estabelecer uma coluna de débito e crédito e fornecerem algo. Ouvindo-lhe, não entendo porque o Governo do Estado não procede dessa forma. Todas são devedoras de impostos. Não entendo. O discurso de V.Exa. vem chamar a atenção sobre isto.

 

O Sr. Jorge Goularte: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Penso que V.Exa. traz à Casa um assunto importante, mas me parece que deva ser levado em conta que apesar das dificuldades a Brigada Militar está fazendo tudo o que pode pela segurança do porto-alegrense e do gaúcho. Repito, com as deficiências enormes que tem, com dificuldades enormes que possui, mesmo assim, está fazendo o máximo, inclusive, comparecendo às solenidades porque é uma obrigação, quando solicitada. Parece-me que a Taurus já está fazendo este convênio, e espero que outras empresas também o façam.

 

A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Ver. Jorge Goularte, longe de mim qualquer coisa contra a Brigada, mas não há demérito nenhum em vir aqui para abrirmos os caminhos e luz em cima dos problemas. Acho que não é justo estarem seis, e depois mais seis, em roupas que não são as deles para esta época e esta realidade. Nós precisamos suprir a Brigada, precisamos dar proteção às nossas crianças, nossos transeuntes, às pessoas que andam, não só nas vilas, como no centro. Todos os dias ao abrirmos os jornais, nós, Vereadores, ficamos assombrados com as coisas que estão acontecendo nesta Cidade. Sabemos que é uma época difícil, mas também sabemos que podemos canalizar, que o Governador Pedro Simon também pode, e deve, fazer estes convênios. Ele deve manter esta corporação forte, unida, para dar condições, pois, no nível em que está, pergunto, que condições temos para sair às ruas? Não existe. O que fiz, Ver. Jorge Goularte, foi estabelecer um paralelo: aquilo que eu estava vendo não era a época que estava vivendo, Vereador. Acho muito justo, maravilhoso cultivarmos as nossas tradições, acho lindas as roupas dos Farrapos que os Brigadianos usam. Mas, acho muito triste a realidade atual, quando eles têm que mudar os coturnos para poder fazer seus turnos dentro da Brigada, quando não têm armas para atacarem os assaltantes, os bandidos que assaltam as nossas vilas populares e o centro da nossa cidade. Quando eles não têm combustível para as suas viaturas. E isto é o mínimo.

Que tenham o combustível para irem atrás dos assassinos, ladrões. Mas se não têm nada disto, se não têm vestuário adequado, se não têm armas suficientes, se as viaturas não têm combustível, não tem por que existir. Então, aqui um apelo, não é uma idéia luminosa, mas objetiva para que o Sr. Governador do Estado saiba que os Vereadores desta Casa estão preocupados com isto, muito preocupados com a nossa Cidade. Quero ver a nossa Brigada melhor e por isso lanço aqui a idéia dos convênios. Eles devem e poderão ser feitos. Já que exportam tanto, já que têm condições, será, meu Deus, que uma sobra de estoque, alguma coisa não vai sobrar para a Brigada Militar? Acho que já cansamos de todo o dia vermos as coisas que acontecem na nossa frente. Queremos, então, Ver. Adão Eliseu, representante desta Corporação, Ver. Jorge Goularte, que V.Exas. sejam os porta-vozes desta Casa para que, junto ao Governador, peçam, exijam esses convênios, porque nós temos condições de exigir. Arrecadam tributos, então, terão condições de dar. Levem esta idéia que não é das melhores, mas é prática que vai deixar as pessoas desta Cidade mais tranqüilas e não vai tornar a Brigada tão distante da época e da realidade. A Brigada Militar não é só para estar no monumento de Bento Gonçalves, para desfiles de 7 e 20 de setembro. A Brigada é para proteger e dar condições de segurança ao povo. Mas para isto ela tem que ter segurança e estar estruturada, fortalecida. Aos senhores do PMDB que são porta-vozes do Governo Estadual o meu pedido: que esses convênios se realizem, não são difíceis de executar depende de boa vontade e criatividade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. Flávio Coulon que solicita Licença para tratar de Interesses Particulares.

 

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Flávio Coulon.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Adão Eliseu em Grande Expediente.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há pouco ouvimos, desta Tribuna, alguns comentários, algumas críticas por parte da Verª. Teresinha Irigaray, minha companheira de Bancada, minha amiga, de uma forma, assim, diferente. Eu pretendo ter entendido aonde a Vereadora quer chegar. Na verdade, a crítica não deveria ter sido dirigida à Brigada Militar, embora ela mereça críticas em vários momentos, porque ela é integrada por seres humanos, seres, portanto, falíveis.

Se um agrupamento da Brigada Militar vai fazer um trabalho de representação, de guarda especial na Câmara Municipal, como já veio fazer; se vai fazer um trabalho especial na Assembléia Legislativa numa Sessão Solene, é possível até que ela mereça um pouco de crítica por parte da Verª. Teresinha Irigaray. Mas parece, também, uma análise diferente porque não é por livre e espontânea vontade que o PM vai postar-se no interior da Câmara Municipal, na Assembléia Legislativa, ou em outros lugares, ele recebe ordens para ali estar, e quando se faz um comentário unilateral, quando se pinça um problema desses, nós deveríamos buscar nos recônditos da história, da qual V.Exa. participou, num momento mais recente, por exemplo, como em 1961, quando seu ex-esposo, solitário, mas protegido pela Brigada Militar, enfrentava a massa, enfrentava opiniões, enfrentava o Brasil naquele momento, e só possuía um pequeno exército aqui do Sul do País, um pequeno exército que, num passado mais remoto, também ajudou a construir esta história, a história deste Estado. Portanto, nós sentimos a mordacidade sub-reptícia no comentário da Verª. Teresinha Irigaray, minha amiga, numa tentativa de criticar o Governo, e não a corporação, neste momento; em outros momentos ela merece críticas, mas críticas ao governo que não lhe dá os meios, no momento em que a população solicita a presença da Brigada Militar em todos os recantos de nosso Estado, e muitos Vereadores presentes nesta sala e neste momento são testemunhos de que a população está a buscar a presença do PM, a presença do elemento de dissuasão em cada esquina, em cada rua, em cada canto, em cada estrada. Portanto, Verª. Teresinha Irigaray eu acho que a sua crítica é importante, mas seria mais importante que fosse dirigida ao Governo, que não paga botinas para os PMS, que não controla as viaturas, não as mantém em condições de serviço. Acho esquisito pedirmos para a população, para as firmas, uma coisa que o Governo tem obrigação de dar, porque isto é a contrapartida do imposto que o povo paga para ter segurança e é o mínimo que o Governo pode dar, segurança a sua população, para que ela possa trabalhar tranqüilamente.

 

O Sr. Jorge Goularte: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rogo a V.Exa. que fale em meu nome e do PL, portanto que V.Exa. conhece profundamente todos os membros da Corporação e sabe das dificuldades que ela enfrenta. Apesar destas dificuldades, ainda tem capacidade de comparecer numa solenidade, triste por dentro, desgastada, irritada até com a situação existente. Mas comparece, para poder cumprir com o seu dever. Acho que é por aí que temos que enaltecer o papel da Brigada Militar. E diria mais, a Brigada Militar tem uma defasagem enorme de policiais e, mesmo assim, se multiplica pelas ruas da Capital e pelas coxilhas do Rio Grande, dando um pouco de segurança à população. Pobres de nós se não fosse a Brigada Militar. Por favor, fale em meu nome, pois V.Exa. sempre o fará em bom nível.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Incorporo seu aparte ao meu pronunciamento que, como sempre, soma muito ao que eu disse. S.Exa. está sempre pronto a nos ajudar e a fazer justiça aos PMS que, de uma forma muito sacrificada, permanecem diuturnamente nas ruas do Rio Grande, mantendo a nossa segurança. Agora, ao meio-dia, almocei com alguns Oficiais superiores da Brigada Militar e tive oportunidade de ouvir coisas que eles não podem dizer. Não podem dizer, por exemplo, que o Comandante vai todos os dias ao gabinete do Governador e que o Governador Pedro Simon, com toda a sua história política, com seu gabarito, qualidades, honestidade, que eu sei que ele tem, com todo o seu passado político não compreendeu, não está conseguindo compreender, nem um pouquinho, o problema da segurança em nosso Estado; não está compreendendo que terá que pagar melhor o PM, para qualificá-lo melhor, vai ter que pagar botinas, viaturas para se deslocarem, prenderem, para fazerem o seu trabalho e manter a segurança. O Governador Pedro Simon não está tendo a sensibilidade e, talvez, até, o conhecimento suficiente para avaliar as questões da segurança que passam pela Brigada e pela Polícia Civil.

 

A Sra. Teresinha Irigaray: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Respeito muito V.Exa., nesta Casa, como também o Ver. Jorge Goularte, mas acho que houve um mal-entendido: ou falei uma coisa completamente diferente, ou não fui clara: não estou contra a Brigada, vim até defender. Fui contra o Governo do Estado achando que deveria dar melhores condições, tanto está a idéia de convênios. Não ataquei ninguém; trago a limpo o meu discurso, toda a Casa assistiu. Acho que V. Exa., que é muito zeloso, e o faz com brilhantismo pela sua Corporação, acho que está certo, é um representante da classe, levou ao pé-da-letra o que eu disse a respeito dos brigadianos, na Solenidade do Prêmio Springer. O que me consternou foi ver uma realidade que está diferente da nossa época, e o que pedi foi, ao Governador, através de vocês, representantes da corporação, que tomassem medidas para que ela fosse melhor suprida, convênios para calçados, armas, gasolina; em momento algum do meu discurso falei contra a Brigada: disse que ela era a segurança do povo, e que merecia um melhor tratamento por parte do Governador, que se fizessem convênios, e por que não fazê-los? Agora, o que fiz foi uma comparação de épocas, eu achei que o traje era muito cintilante para a realidade que vivemos. Não falei no PM que foi ali apenas para prestigiar, ele é convidado, então é obrigado a ir. V.Exa. fez uma pequena distorção: em momento algum fui contra a Brigada; fui, sim, e serei sempre, contra o Governo que não protege a Brigada.

 

O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Como se trata de uma divergência partidária eu prefiro não intervir. Sou grato.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Eu não fui indelicado em nenhum momento e faço questão de que a Taquigrafia registre. Mesmo que V. Exa. não fosse do meu Partido, por ser uma dama, merece, pois sou do tempo em que se respeitava uma mulher, todo o meu respeito e minha admiração. É possível até que eu tenha exagerado um pouco na minha análise, quando a fiz a respeito de suas palavras em torno da Brigada Militar, mas não há distância nem desacerto nenhum entre nós, de minha parte, não. São discussões internas, não é um Partido pronto, acabado, tem de ser construído na dura luta, Ver, Caio Lustosa. O PDT não começou na Nova República, começou com o velho PTB, com a luta, com o “xadrez”, com o sofrimento, foi aí que começou tudo. Nós temos o tempero da luta.

 

O Sr. Cláudio Dubina: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não tenho procuração da Ver.ª Teresinha Irigaray, mas eu estava bem atento às palavras da nobre Vereadora. Ela, com o tom vibrante da sua voz, pareceu-me estar querendo elogiar a Brigada Militar pelo tipo de vestimenta que estava usando e não estava combinando com a atualidade. Mas o elogio que ela deu à Brigada Militar foi muito sensível e o captei. V.Exa., como brigadiano, deve ter maior sensibilidade do que eu, que sou apenas dentista. Mas gostei também que V.Exa. atuou de outra maneira porque a atuação da Vereadora Teresinha Irigaray foi a favor da Brigada Militar e V.Exa. também está sendo a favor da Brigada Militar. Espero que somem isto a favor de toda população. A Ver.ª Teresinha Irigaray fez um grande elogio à Brigada Militar, só que usou uns termos que provavelmente não tenham sido compreendidos por V.Exa.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Tudo bem, não é por isso que vou me estranhar com a Ver.ª Teresinha Irigaray. Eu só quero cumprir, Srs. Vereadores, a minha obrigação, porque tenho certeza de que qualquer um dos Srs. Vereadores, na representação de seus feudos, seus grupamentos eleitorais, das suas classes estão aqui a cuidar constantemente para que as coisas transcorram da melhor forma possível. Eu queria um minuto, aproveitando a oportunidade, de atenção dos Srs. Vereadores. Eu já falei a poucos dias, aqui desta Tribuna mais uma vez, como de fato vim a esta Tribuna, pedir-lhes apoio mesmo que tenham alguma coisa contra a Brigada Militar, mas sabedores de que ela presta um serviço de segurança pública à população, a que se ombreiem conosco. Se for possível, nas suas entrevistas, nos seus pronunciamentos, nos seus depoimentos, na influência que tiverem em torno dos Deputados Federais Constituintes, de suas Bancadas, que os auxiliem e os persuadam a não votarem no Art. 162, Parágrafo 2º - que retira das ruas as polícias militares do Brasil a missão do policiamento preventivo. Ouçam bem, Srs. Vereadores, fica apenas, de acordo com o artigo, o policiamento ostensivo. Eu não entendo como é que uma corporação vai fazer um policiamento ostensivo sem ser preventivo porque esta ostentação, o fardamento lhe dá esta missão automática, líquida e certa de preventividade, de elemento de dissuasão, portanto, eu lhes peço, a todos os Senhores, especialmente o Ver. Jorge Goularte cujo Deputado Federal foi quem apresentou a Emenda no sentido de fazer com que as policiais militares se recolham aos quartéis e passem a tirar guardas, aumentando, desta forma, a despesa dos Estados, já falidos na organização de novas polícias fardadas para manutenção da ordem, desprezado, de uma vez por todas, toda uma polícia já experimentada, pronta, acabada, em condições.

Eu agradeceria muito se merecesse o apoio dos Srs. Vereadores em geral. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Tempo de Presidência com o Ver. Brochado da Rocha.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Primeiro, dando segmento - meu objetivo na Tribuna é outro -, gostaria de, inicialmente, colocar um detalhe que me parece importante: nós vivemos 22 anos num regime militar ou sobrevivemos, segundo o Ver. Hermes Dutra, - e sobrevivemos - mas o que é interessante é que, vividos 22 anos de arbítrio, passaram-se 22 anos e hoje os plenários e a população pedem a segurança. Pergunto aos senhores: nestes 22 anos não foi dada segurança à população ou se criou um ambiente para a insegurança? Não me perfilo, Srs. Vereadores, entre aqueles que vêem este encaminhamento como o mais líquido e prefeito dos encaminhamentos. Quero deixar registrado, nesta Tribuna, que nós vivemos 22 anos sob a égide do arbítrio, tendo as organizações repressivas absoluta preferência sobre outras instituições ou outros institutos. Agora, vencidos estes 22 anos, o que se vê? É exatamente o seguinte: todos nós aqui a pedirmos verba para os organismos conhecidos como organismos de repressão. Quero registrar isto, que tem que ficar na história deste parlamento que clamou aqui que, em vez de se gastar em segurança, dever-se-ia gastar em educação, em saúde, em saneamento básico, em geração de empregos. Fico a não entender os tempos, ou seja, no tempo em que havia o regime repressivo, todos diziam que tudo ia para lá. Agora cessado o “regime repressivo” eu pergunto: será que esses 22 anos não geraram um ambiente geral que levou de roldão até estes institutos? Não desejo acabar a Brigada, não desejo acabar a Polícia Civil, mas desejo colocar, nesta Tribuna, que há motivos gerados pelos 20 e tantos anos que deu no que deu. Agora, vamos ter que votar um pesado orçamento para segurança pública para defender a população. Fico a me perguntar o que envolve para nós, cotidianamente, pedirmos segurança, segurança, segurança. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pedimos segurança por 22 anos para sobreviver no Brasil e agora? Sobrevivência para a população que será tutelada, custodiada pela Brigada Militar ou pela Polícia Civil.

 

O Sr. Jorge Goularte: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. faz um histórico da situação dos últimos 22 anos, mas eu gostaria de dizer a V.Exa. que se não tivermos um cuidado, hoje, apesar dos 22 anos que são citados seguidamente, nós teremos as conseqüências do Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais. Porque é muito sonhador colocar-se a culpa sempre no problema social. Infelizmente, Vereador, nós temos que ter a polícia civil, a polícia militar aparelhada para dar um pouquinho mais de segurança à população que não tem quase nenhuma. Porque eu não vejo outra saída, a não ser que surja algo milagroso, algo extraordinário que faça com que os criminosos, os assassinos em potencial, os bandidos não continuem agindo como estão agindo hoje. Sou grato a V.Exa.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Vereador, eu não estou questionando na linha em que V.Exa. está colocando, tanto é que participei de um convite ao Comandante da Brigada para vir a esta Câmara e estudar com ele e transmitir a ele os apelos da população. Estou plenamente de acordo, não quero acabar com a Brigada, nem com a Polícia, não é isto, até porque não só participei do convite ao Comandante da Brigada e do Sr. Chefe de Polícia, mas quero mostrar a ironia e o paradoxo. V.Exa. boa parte deste tempo esteve na Câmara de Vereadores junto comigo e pode testemunhar que aqui se falava para mandar verbas para outros setores. Pois, já passados os 22 anos malfadados, agora nós estamos, inclusive eu, a pedir segurança. Alguma coisa deve ser pensada e repensada porque, convenhamos, a Brigada não fabrica marginais. A Brigada não fabrica famintos. A Brigada não fabrica injustiça social. A Brigada não é fábrica destas coisas. E também diria a V.Exa., completando o seu aparte, que, também, gostaria de prestigiar o Poder Judiciário que está muito desprestigiado.

 

O Sr. Caio Lustosa: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brochado da Rocha eu acompanho o raciocínio de V.Exa. e relembro que tem sido interpretado como um Vereador contrário, este que lhes fala, às forças da lei e da ordem, por pura injustiça, conforme me socorre o Ver. Jorge Goularte, porque realmente o que temos sempre questionado, desde o auge da ditadura, é que - e V.Exa. há de convir que isso ocorreu, daí por que, hoje, há tamanha confusão reinante - dentro dos organismos que deveriam dar segurança aos cidadãos, também se formaram quistos de repressão sob o pretexto de proteger o Estado e a ideologia da segurança nacional. Assim, criaram-se organismos, verdadeiros centros de tortura e de terror que hoje estão bem identificados, no mundo inteiro até, como a própria anistia internacional. Isso gera hoje uma verdadeira perplexidade entre a população. É claro, que quando ela se vê atingida em seus interesses e na sua segurança pessoal ou coletiva, ela apela para esses organismos. Com isso não estou atingindo a Brigada Militar como instituição. Um caso terrível, acontecido há pouco: foi justiçado um trabalhador por erro irreparável: sabe-se agora, aquele cidadão nada tinha a ver com assaltos nesta cidade e, no entanto, foi justiçado por oficiais da Brigada Militar. Isso gera um pânico e hoje a população já não sabe o que é direito, o que é lei; há um verdadeiro estupor coletivo. A sua reflexão ajuda-nos a superar a análise que se costuma fazer dos organismos de segurança. Essas análises devem ser feitas, sim, inclusive com críticas e autocríticas desses organismos. Hoje, se um praça ou um brigadiano subalterno faz qualquer declaração à imprensa, ele é punido porque está criticando à Corporação. Então, deve haver um processo de democratização lá dentro. Agora, como será processado, não sei, mas, sei que há oficiais, pessoas clarividentes, nesses organismos que entendem que só através de uma autocrítica desses organismos e de identificar o verdadeiro interesse das coletividades, que não é o mesmo interesse dos supostos mandões do poder, em determinado momento, é que se vai fazer com que a segurança pública seja dirigida à tranqüilidade e ao zelo dos interesses dos cidadãos, e não aos interesses momentâneos de grupos autoritários que usam estas corporações para manter seus privilégios.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Ver. Caio Lustosa, V.Exa. me deixa mais emaranhado. Assumi a Tribuna tão-somente para fazer um registro. Faz 22 anos - por retificação do Ver. Aranha Filho, 21 anos - que passamos a questionar as armas secretas usadas pela Polícia ou pela Brigada Militar. Não houve um Vereador e não houve ninguém que não questionasse isto. Agora, estou dizendo que pasmo em ver que, restabelecida a democracia, restabelecida a ordem civil no País, restabelecido enfim um regime “mais aberto”, porque há muita coisa não-aberta, que o tema dominante seja, exatamente, recursos para as forças de repressão. É isto que não entendo. É isto que vim colocar da Tribuna. Entendia que estes tempos seriam tempos de pedir para a educação, para a saúde, para o salário mínimo, para isto ou para aquilo outro, e estou vendo que a coisa caminha, aceleradamente, no que subscrevo - depois que V.Exa. me explicar isto, do “mais quistos ou menos quistos” - eu não tenho conhecimento de nenhum quisto, quero declarar isto. Tenho apenas conhecimento do seguinte: a Brigada Militar e a Polícia estão para defender o direito positivo escrito, este que está aí.

 

O Sr. Caio Lustosa: Mas, sua visão é liberal, Vereador.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: A minha visão não é liberal, a minha é literal, salvo se V.Exa. disser que há uma outra interpretação, que posso ir à Comissão de Justiça e me debruçar com V.Exa., aliás, no que repto da primeira à última linha, qual seria a outra possível interpretação, não estou aqui como sofista, estou aqui apenas como um cidadão que linearmente...

 

O Sr. Caio Lustosa: Ver. Brochado, a sua visão é liberal?

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: A minha visão é real. Por mim não haveria não haveria esta Constituição que está aí e nem haverá a futura que vai ser votada. V.Exa. me está apelidando de liberal espontaneamente e até está antepondo o futuro. Eu não acho nada disto. Acho que teríamos que examinar as causas.

 

O Sr. Kenny Braga: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu sou assaltado às vezes por um sentimento de melancolia, porque apesar da evolução das idéias, ainda se confunde a questão social com caso de política. O Brasil, certamente, não vai ter armas e nem homens suficientes para prender e matar milhares de brasileiros que são frutos da marginalização social. Ainda ontem, Ver. Brochado, eu levantava ouvindo a seguinte notícia numa emissora de rádio: “morrem a cada ano neste País 400 mil crianças por subnutrição”. Isto é que é questão essencial. O importante é resolver esta situação catastrófica que vive o povo brasileiro, de miséria, de marginalização. Não existe no Brasil uma vontade política e efetiva para resolver este problema. Eu não posso votar favoravelmente para que se equipe as Forças Armadas na medida em que ela não seja empregada contra os trabalhadores desarmados como aconteceu em Itaipu. Eu não posso concordar que se destine um maior número de verbas para equipar soldados que são voltados contra trabalhadores. A minha assinatura não vai ter. Primeiro resolver o problema social de frente. Estão enrolando a opinião pública brasileira.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Eu devo uma satisfação aos Vers. Caio e Kenny Braga. Eu aprendi, Ver. Caio Lustosa e Ver. Kenny Braga, que os problemas sociais não se resolvem com a polícia. Eu acho que nós estamos caindo num retrocesso mental assustador, de mal forma que, qualquer um de nós, a qualquer hora, vai ter que se matricular, não no Colégio Júlio de Castilhos, porque não é mais o colégio que era antigamente, mas noutra coisa. Nosso raciocínio evolui assustadoramente a tal ponto que eu fui pego neste assunto e não pude abordar o que eu acho mais importante. Eu queria anunciar à Casa que existe, sobre a Mesa, um Substitutivo apresentado pelo Ver. Cleom Guatimozim referente à Casa da Criança que é um dos projetos sociais que deve ser imediatamente transitado.

Em segundo lugar, quero deixar nos Anais, e me permitiria chamar a atenção do meu colega Ver. Paulo Sant’Ana, que roguei ao Sr. Presidente da Comissão de Educação da Casa que enviasse a documentação à Presidência com a finalidade de providenciar urgentemente junto à Caixa Econômica Federal, ou de algum outro órgão que as Bancadas venham a sugerir, nesta Casa, a avaliação dos terrenos. Assim ainda não procedi, porque, só agora, estou recebendo o Processo e é matéria de suma relevância. Toda cautela deve ser tomada na sua avaliação para ser votado, pela Casa, com as Emendas que devem ser sugeridas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é o Ver. Werner Becker, que cedeu seu tempo ao Ver. Hermes Dutra.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero agradecer ao nobre Ver. Werner Becker, do Partido Socialista Brasileiro, que me permitiu, usando seu tempo, tratar alguns assuntos, um da Casa, outro do País, e até um internacional que eu trouxe aqui, e devo fazer um registro hoje. Mas, em primeiro lugar, quero manifestar a minha surpresa, porque este País, definitivamente, não é um País sério. É impossível se acreditar na seriedade, quando se vê a Comissão de Sistematização. O “Bebê de Rosemary”, o monstrengo aquele, que era o substitutivo Cabral, foi à votação. Tinha um artigo que dizia que a tortura, o tráfico de drogas e outro crime, o qual não lembro, não poderão ser passíveis de fiança, de indulto ou de perdão, o que eu acho que está corretíssimo. Mas, um cidadão lá, que não sei se foi aquele meio maluco do José Genoíno, foi para a tribuna e desceu o pau, dizendo que tínhamos que dizer que a tortura é que era crime inafiançável, e não sei o que mais, e não sei o que mais, e a Comissão de Sistematização culminou aprovando uma Emenda, tirando o crime de tráfico de drogas como inafiançável. Tirou e ficou só a tortura.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: Não tirou, Vereador.

 

O SR. HERMES DUTRA: Tirou, só ficou a tortura, com a alegação de que isto já está no Código Penal.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: Está em outro artigo da Constituição.

 

O SR. HERMES DUTRA: Aí é brincadeira, não para Ver. Antonio Hohlfeldt, que é um homem sério, mas o crime de tráfico de drogas, isto é, - o traficante que pode amanhã viciar um filho meu ou o filho dos outros - é um dos crimes mais bárbaros que existe, e se for colocado na Constituição, eu confesso que acho até um pouco avesso, mas é bom que se coloque, porque isto impede que o “lobby” depois faça as modificações mais facilmente.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acho que o assunto é muito importante, não ouvi o início de seu pronunciamento, mas concordo com sua preocupação em torno do assunto. Ouvi, casualmente, toda a meia hora de Programa “A Voz do Brasil”, sexta-feira à noite, aliás, coisa que faço habitualmente, pois acho que é melhor maneira de nós, que acompanhamos a política, sabermos o que ocorre de verdade neste governo, porque a manipulação que a grande imprensa faz, através da informação, é terrível. Daí a minha intervenção. Ouvi, e não foi na voz do Deputado Federal José Genuíno, mas foi na voz de vários Deputados e Senadores que se mostravam, na sexta-feira, indignados com a interpretação dada pela grande imprensa à redação final. Todos foram unânimes em dizer que o que se retirou foi o termo generalizante “drogas”. E, na explicação de um Senador - parece-me que foi o Nelson Carneiro - ele dizia que “drogas” acabaria afetando o problema de importação e exportação de drogas farmacêuticas. Então, o que está ainda em aberto, é uma redação final, para se pegar, especificamente, o problema dos elementos condicionantes ao vício, naquilo que é a sua preocupação, que é a nossa e que é da maioria da população. Então, como existe, num artigo além - e evidentemente os Deputados Constituintes têm uma visão global do que é o modelo ou deverá ser o modelo da nova Constituição - que já existe, eles têm que dar uma redação mais objetiva, pois eles haviam dado uma redação mais genérica e foi criado este empecilho, parece-me que levantado pelo Deputado Carlos Sant’Ana, Líder do Governo. Então, tiveram que retirar esse artigo que ficou em aberto, para que fosse feita uma Emenda em que se coloque, parece que o termo que vão usar é “narcotráfico”, ou coisa parecida, para caracterizar especialmente o problema dos tóxicos e não das drogas como um todo, que acabaria envolvendo os produtos farmacêuticos em geral. Desculpe o aparte, mas é um assunto que me interessa, acho que V.Exa. toca num assunto extremamente importante e deu a casualidade de eu poder ouvir a meia hora de programa, que foi toda ela dedicada a este assunto.

 

O SR. HERMES DUTRA: Eu não ouvi no mesmo dia que V.Exa., ouvi no dia anterior da votação. Mas o que é de estranhar é como a Constituição vai tratar, em dois momentos distintos, de crimes inafiançáveis. Esta é que é a questão. Quer dizer, trata de crime inafiançável aqui, trata de crime inafiançável lá adiante - e quero que V.Exa. esteja certo, e eu errado, honestamente quero estar errado, agora, estranho muito isso, e, sobretudo, porque é estranhável se tratar da mesma questão, isto é, de crimes inafiançáveis, porque é a questão dos direitos individuais da pessoa, então, ele não usufrui desse direito individual, que é a fiança, o perdão, quando ele praticar tortura, traficante, e um terceiro, que de momento, me fugiu.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: Retirou-se a menção à droga, para podermos mencionar o traficante, como tal.

 

O SR. HERMES DUTRA: Estamos muito longe para esse tipo de discussão: tráfico de drogas não é importação nem exportação de substâncias para remédios, é uma questão que qualquer um sabe o que é. Mas queria Deus que V.Exa. esteja certo, e eu errado; confesso que fiquei apavorado com o que vi no dia da votação, também de forma oficial; confesso que no outro dia não ouvi.

 

O Sr. Kenny Braga: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu faria um apelo a V.Exa., que é um homem civilizado, polido, sociável, que retirasse dos Anais, desta Casa, a expressão “maluco”, proferida com relação ao Deputado José Genoíno, que é um dos deputados mais trabalhadores e combativos do Congresso Constituinte.

 

O SR. HERMES DUTRA: Eu retiro a expressão, mas isso é a sua opinião.

 

O Sr. Kenny Braga: Vereador, ainda na sexta-feira, há uma entrevista, de página inteira, na “Folha de São Paulo”, do Senhor Afonso Arinos de Mello Franco que, do alto da sua autoridade, se refere ao Dep. José Genuíno em termos elogiosos, sendo o mais trabalhador; não é opinião do Ver. Kenny Braga, de Porto Alegre, mas do Sen. Afonso Arinos.

 

O SR. HERMES DUTRA: Mas, quanto a isso, eu concordo, ele é trabalhador, ele está todos os dias nas manchetes. Eu retirei a expressão, mas não mudo a minha opinião. Quanto a outra questão, venho publicamente, porque sou daqueles que reconhece os muitos erros que tem, e as eventuais virtudes, que são poucas, mas queria agradecer a dois oposicionistas, desta Casa, Vers. Lauro Hagemann e Paulo Sant’Ana que, no ano passado, quando este Vereador apresentou a Moção de Repúdio pelo fechamento do jornal La Prensa, da Nicarágua, foram os únicos dois Vereadores, dos chamados poucos oposicionistas, porque a gente não sabe o que o PMDB é, se é Governo ou oposição, aliás, é como disse o Miguel Arraes, “nós conseguimos ser oposição a nós mesmos”, que apoiaram este Vereador, cuja Moção foi derrubada nesta Casa. Li com muito prazer, que nos países do Grupo de Contadora, em função de um acordo que fizeram com o governo nicaragüense, foi reaberto o jornal “La Prensa”, da família Chamorro. Acho que pode ser acusado de mil ligações, mas menos de ter ligações com a CIA, foi um dos principais homens, foi assassinado por isso, que proporcionou a derrubada do regime ditatorial de Somoza. A partir de então, tomei uma outra posição nesta Casa, acho que a Casa não tem autoridade para discutir assuntos internacionais, daí por que não me manifestei sobre o Chile. Sou contra o governo do Chile, mas no momento em que esta Casa usa dois pesos e duas medidas, quando as ditaduras lhe interessam vale, pode fechar jornal, prender, mas quando não lhe interessa, aí não vale, assim não dá para tratar. Como um dever de consciência deveria agradecer ao Vereador Paulo Sant’Ana e ao Vereador Lauro Hagemann. Não vou dizer que ajudamos para que acontecesse isso, mas foi um protesto que mostrou o quanto tínhamos razão. O jornal “La Prensa” foi reaberto na Nicarágua, Ver. Paulo Sant’Ana.

Há três questões sobre a Casa, sobre a Prefeitura que eu gostaria de chamar a atenção. Em primeiro lugar, quero referir-me aos títulos honoríficos. Temos dois títulos: Cidadão de Porto Alegre e Cidadão Emérito. Esta Casa tem dado títulos, e votei todos, inclusive o último entregue aqui, em que não estive por motivo de doença, ao Dr. Luiz Carlos Prestes, mas acho que a Casa tem de criar outro título para dar a essas personalidades. Título de Cidadão Emérito da Cidade é para aqueles que residem aqui e que fizeram algo pela Cidade. Estou pensando que se idealize a criação de um prêmio a essas grandes personalidades. Outro dia aprovamos esse título para um médico cubano. Quem sabe criamos um outro prêmio e deixamos o título de cidadania de Porto Alegre para as pessoas vinculadas com a cidade, porque me parece ser este o espírito da Lei que criou os títulos e que nós, por não querermos, às vezes, desagradar algum companheiro, estamos até fugindo desses títulos. Falo agora a proposta porque esperei que entregassem todos esses títulos aí para não se dizer que eu era contra por isso ou por aquilo, longe disso. Acho que o título de Cidadão de Porto Alegre é para alguém que tenha vinculação direta com a cidade, ou hoje ou em época passada, mas a pessoa terá que ter necessariamente alguma vinculação com a cidade. É um assunto que eu pretendo voltar e todos nós devemos participar deste debate e quem sabe então nós criaríamos outro título honorífico para estas personalidades.

Eu fiz um Pedido de Providências encaminhado ao Sr. Prefeito Municipal, que está sendo encaminhado e espero que S.Exa. atenda, aliás eu faço tantos Pedidos de Providências que estes dias recebi resposta ali no Expediente que tinha sido atendido e fiquei impressionado. O Governador do Estado atendeu um pedido e mandou instalar um telefone público numa vila de Porto Alegre. Aleluia! Fazia três anos que eu não conseguia isso, finalmente consegui um.

Mas, o problema do seguro dos funcionários públicos municipais. Há um convênio, há um seguro de vida em grupo feito pela Companhia União de Seguros Gerais, segundo o qual todos os funcionários municipais de Porto Alegre contribuem com uma parte e a Prefeitura contribui com outra. Acontece que este seguro, como ele é relacionado ao salário da pessoa, ele é de uma miserabilidade só, de forma que quando a pessoa morre, o seguro mal dá para cobrir os gastos com o enterro, quando dá. Então, o que se está pedindo ao Sr. Prefeito Municipal é que aumente um pouco este seguro. Façam uma nova apólice, aumentem os valores, para permitir, porque a pior coisa do mundo é uma viúva, é um pai, um filho que perde um ente na família e tem que enfrentar estas despesas que, perdoem o trocadilho, estão pela hora da morte. Qualquer enterro da quinta categoria em Porto Alegre custa um dinheirão. Então, se o Prefeito mandar aumentar o valor do seguro de vida dos funcionários, eu acho que a família municipária terá mais tranqüilidade e, por via de conseqüência, se terminará também com este espetáculo vexatório de, cada vez morre um funcionário que tem ligações com este ou aquele, andar correndo com listas de contribuições, coisas que são altamente vexatórias para a família e para a própria memória de quem morreu. E, como custo do seguro é insignificante, não vejo o porquê de o Sr. Prefeito não autorizar um aumento substancial nas importâncias seguradas. E também em relação a isto, os Ccs contribuem voluntariamente. Nós sabemos que o homem, infelizmente, age muito em função de obrigatoriedade. Quem desposa uma filosofia, como no meu caso, uma filosofia mais teocêntrica, efetivamente acredita na transformação e na reforma do homem. Agora, acho que isto não acontece de um dia para outro. Então, até lá, nós temos que ter alguns mecanismos que efetivamente, forcem o próprio cidadão a tomar as providências necessárias para o seu bem-estar. Se nós formos observar hoje quem tem CC na Câmara de Vereadores ou na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, uma parcela expressiva não faz esse seguro, na ilusão e, como toda a ilusão, é falsa, de que vai economizar uns míseros trocados no fim do mês, resultando que, quando morre, deixa a família em má situação. Então, estou pedindo ao Sr. Prefeito que encaminhe Projeto à Casa, já que isto tem que ser de iniciativa do Sr. Prefeito, tornando obrigatória, ao invés de ser facultativa, a contribuição de quem ocupa Cargo de Confiança, para o seguro de vida em grupo, que custa uma importância mínima, Sr. Presidente, é uma importância quase que desprezível, diante do benefício que vai trazer para a família do funcionário, no caso de uma fatalidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento de autoria do Ver. Clóvis Brum solicitando Licença para Tratamento de Saúde.

 

(Obs: Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Clóvis Brum, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, havendo “quorum”, passaremos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO SECRETA

 

(Adiada por 01 Sessão)

 

PROC. 1255 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº40/87, do Ver. Flávio Coulon, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Professor Engenheiro Eurico Trindade de Andrade Neves.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator, Vereador Caio Lustosa: pela aprovação; e

- da CEC. Relator, Ver. Mano José: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, requerimento do Ver. Flávio Coulon, solicitando que o PLL nº 40/87 tenha sua discussão e votação adiada por 03 Sessões.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0751 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 21/87, que autoriza a venda de imóvel independentemente de licitação. Com Emenda.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator, Ver. Cleom Guatimozim: pela tramitação;

- da CFO. Relator, Ver. Auro Campani: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator, Ver. Paulo Sant’Ana: pela aprovação, com a Emenda.

 

Pareceres à Emenda:

- da CJR. Rel. Ver. Cleom Guatimozim: pela tramitação; e

- da CFO. Relator, Ver. Auro Campani: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 021/87.

 

O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, li os pareceres e há um da CJR, da lavra do Ver. Cleom Guatimozim, intitulado pela “tramitação”. Busquei no Regimento Interno os artigos que tratam de Pareceres. Encontrei dois. Um deles é o Art. 42: “a favor, os emitidos pelas conclusões ou com restrições. E contra, os votos vencidos”. Mais adiante, Sr. Presidente, “o parecer da Comissão concluirá por “aprovação ou rejeição”. Não encontrei a figura da “tramitação” e nem sei se ela foi incluída em alguma Resolução, a qual não consta no Regimento. Tenho insistido com a Mesa que prossegue aceitando esses votos, que são anti-regimentais. Como tal, não poderiam ser aceitos.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa lhe responde: não aceitou nada.

 

O SR HERMES DUTRA: Aceitou porque incluiu na Ordem do Dia, Sr. Presidente, com o todo respeito.

 

O SR. PRESIDENTE: Com todo respeito, sem querer dialogar com V.Exa., data vênia, a Presidência da Comissão de Justiça é um colegiado composto pela Casa e, aliás, é a Comissão de Justiça. E, se a Comissão de Justiça opinou assim, não caberia à Presidência da Casa contestar a Comissão de Justiça. Agora, se V.Exa. o faz, a Mesa recebe como uma Questão de Ordem formulada e irá estudar o assunto e se dirigir à Comissão de Justiça, que está procedendo com injuridicidade na Casa.

 

O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tenho reclamado disso há mais de um mês.

 

O SR. PAULO SANT’ANA (Questão de Ordem): É tradicional na Casa que todos Pareceres das Comissões sejam pela “tramitação”, nada há que se opor quanto à competência daquela Comissão. A Comissão de Justiça, por exemplo, ela estuda no Projeto não o mérito dele, ela estuda a legalidade, a juridicidade, a constitucionalidade do Projeto. Então, se ela nada tem a opor quanto a esses três itens ela então coloca em votação. Se o Vereador não vota, não coloca a favor como manda o Regimento, segundo o Ver. Hermes Dutra, porque senão o Vereador pensa que aí ele já está a favor do Projeto. Quer dizer, isso já é tradição na Casa, eu acho que não existe nada que impeça que a tradição seja mantida. Pela “tramitação” quer dizer que quanto à competência daquela Comissão não há nada a opor.

 

O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Sr. Presidente, então V.Exa. vai devolver o problema à Comissão de Justiça?

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, o que a Presidência afirmou é o seguinte: o órgão competente para dirimir as injusticidades, as legalidades, etc., na Casa é a Comissão de Justiça. É o órgão onde repousa a competência maior da Casa para assuntos desse teor.

 

O Sr. Werner Becker: O Plenário é consultivo ou é primeira instância? Se for primeira instância, ter votado válida a tramitação, já decidiu.

 

O SR. PRESIDENTE: Queria dizer a V.Exa. que os Vereadores da Casa têm sido pródigos em remeter à Comissão de Justiça para examinar questões do Plenário. Agora, está acontecendo o inverso, o Plenário está questionando o que a Comissão de Justiça faz, ou seja, neste momento, a Presidência terá que estudar os assuntos, pois ela conhecia só o caminho de ida para a Comissão de Justiça, agora, de volta, ela terá que estudar os assuntos. Agora, é inusitado, um trecho não pavimentado, juridicamente, e a Mesa pede pelo menos fôlego de 24 horas, para discutir, para encaminhar no sentido inverso.

 

O Sr. Werner Becker: Entendo que a Comissão age absolutamente certo, enquanto ela pede a tramitação, e que a competência da Comissão de Justiça e de Redação é só para precisar a legalidade, e quando diz “pela tramitação”, implicitamente é pela legalidade. A palavra não precisa ser a mesma do Regimento Interno, pois são sinônimos.

 

O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só queria dizer que a minha Questão de Ordem se refere, especificamente, ao parecer da Comissão de Justiça, quanto à emenda apresentada pelo Ver. Paulo Sant’Ana, que preocupado com a tradição da Casa, parece, não tem lido os Pareceres, pois há seis pareceres pela aprovação e dois, somente, pela tramitação.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM (Questão de Ordem): A Comissão de Justiça, quando opina pela tramitação está aprovando o Projeto, é conclusiva. Não usa as palavras preceituadas no Regimento Interno, mas sim sinônimos. Pela aprovação ou pela tramitação é a mesma coisa. Ocorre que, nesta Casa, além do direito escrito, há também o costume que sempre foi respeitado. Então, o costume nesta Casa é também pela tramitação. Não é de hoje, é de muitos anos e com o exercício permanente do uso dessa expressão. Por isso acho que faz parte do direito não escrito desta Casa e que não dá efeito suspensivo a esse projeto o recurso do Ver. Hermes Dutra.

 

O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A Mesa responde a Questão de Ordem formulada pelo Ver. Hermes Dutra nos seguintes termos: se efetivamente o processo fosse vazado em termos de tramitação seria questionável e demandaria maior estudo. Mas como no parecer, no caso invocado, está inclusive no anexo ao Parecer 9087, o Sr. Vereador Relator diz que há tutela legal, ele preenche o requisito da Comissão de Justiça que é para verificar a legalidade, motivo pelo qual opinamos pela tramitação. A Mesa entende que o Vereador opinou que era pela legalidade e consequentemente pela aprovação.

 

O SR. HERMES DUTRA: Com todo o respeito à Mesa vou ter que ler o Artigo 61 do Regimento Interno que diz o seguinte: o parecer da Comissão deverá consistir de relatório da matéria, exame da mesma e opinião conclusiva. “O parecer da Comissão concluirá por: a - aprovação ou b - rejeição. Artigo 62: todos os membros da Comissão que participaram da deliberação assinarão parecer indicando o seu Voto”. Confesso que se V.Exa. achar eu me rendo à argumentação da Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa insiste com V.Exa. no seguinte: a competência da Comissão de Justiça é só uma, é dizer da sua legalidade ou da sua ilegalidade. O Vereador Relator afirma categoricamente que há tutela legal. Agora, se ele usou a palavra tramitação em substituição à palavra aprovação, é meramente um direito costumeiro do qual V.Exa. realmente tem razão.

A Mesa entende que o Relator opinou na Comissão de Justiça que há legalidade. Portanto, cumpriu a finalidade da sua Comissão. No entanto usou a palavra “tramitação”, quando, segundo o Regimento Interno, deveria usar “pela aprovação”.

 

O Sr. Paulo Sant’Ana: Pela aprovação do quê?

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Ver. Paulo Sant’Ana, eu tenho que seguir uma ordem e quero dizer a V.Exa. que é dos usos e costumes da Casa dizer tão somente o seguinte: pela aprovação sem exame do seu mérito. Friso para os mais leigos da Casa para que não fiquem interpretando como aprovado.

 

O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão de Ordem): A preocupação do Ver. Hermes Dutra já veio à Casa outro dia. Na realidade, esta preocupação preocupa cada membro da Comissão de Justiça, pois, quando eu dou pela tramitação, estou dando, na realidade, pela aprovação sem a análise do mérito. Politicamente fica muito difícil eu assinar pela aprovação sem julgar o mérito. E isso aí, qualquer pessoa da população não vai entender. Às vezes um Projeto totalmente absurdo, contra o interesse público, contra os interesses da comunidade, conforme minha interpretação, mas que são legais e regimentais, quanto à norma escrita de fato são regimentais e constitucionais. Por isso, eu entendo que, quanto à legalidade, “pela tramitação” significa o que o Vereador deseja, pela aprovação, resguardando o nome do Vereador quanto ao mérito, inclusive para resguardo do bom nome.

 

O Sr. Paulo Sant’Ana: A Mesa já incluiu.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa repete que, neste Parecer, o Sr. Vereador Relator foi conclusivo, apenas usou inadequadamente a palavra.

 

O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Quero recorrer aos termos regimentais da decisão de Mesa à Comissão de Justiça, lembrando que este Vereador não pode, nem quer ter a pretensão de incluir em cabeças menos votadas nesta Casa, e este “votadas” não é relativo a votos na urna, mas sim à competência de cada Comissão. Mas recorro, porque à Comissão de Justiça compete analisar, segundo o Regimento Interno da Casa, que pode ser mudado, opinar sobre o aspecto constitucional, jurídico e legal das proposições, veto, licença ou afastamento, matéria que não tenha destinação específica, e como se refere aos pareceres de todas as Comissões, data vênia acho que a Mesa errou, e por achar que ela errou, dentro do Regimento, recorro, para não continuar com essa discussão, que me parece não vai levar a nada, até por que a parceria não está sendo regimentalmente discutida.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, democraticamente, enviará à Comissão de Justiça, mas também a votação no Plenário, por entender que a mesma deva ser votada, e a questão remete-se à Comissão de Justiça. Está em discussão a matéria.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V.Exa., anteriormente, informava respondendo a Questões de Ordem e a outros Vereadores, membros da Comissão de Justiça, que esta já tinha se manifestado sobre a matéria, razão pela qual eu entendo que V. Exa. não pode receber a Questão de Ordem, para suscitar uma questão já dirimida pela Comissão de Justiça. Sou grato.

 

O SR. PRESIDENTE: No presente processo, o Sr. Relator foi conclusivo, ou seja, disse que há legalidade. Apenas, a Mesa já tinha manifestado que a palavra técnica seria pela aprovação e está implicitamente dito quando diz que há legalidade, que é o que diz a Comissão de Justiça. A tramitação, pelos usos e costumes da Casa, foi eleita como a palavra. Agora, ela está eivada de injuridicidade - a palavra “tramitação”. Agora, o conceito do conhecer da matéria, sob o aspecto jurídico, está perfeitamente prolatado no Parecer, pelo qual aceita o requerido pelo Sr. Ver. Hermes Dutra para que oriente a Comissão de Justiça; porque poderia o autor não ter colocado a palavra, a tutela legal, e simplesmente dizer pela tramitação, que validaria a tramitação. Por isto, mantém a votação e recorre do termo para chegar a um acordo com a Comissão de Justiça.

Em discussão. Para discutir, o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na verdade, este Projeto já tramitou na Casa, no ano passado, como o Projeto de Lei do Executivo nº 5/86, Processo 669/86 e pretendia fazer a permuta com Magazine Radiolândia Brutske S.A., que era, na ocasião, a proprietária desta área. O Processo chegou a ser aprovado pela Casa e retorna na forma de novo Projeto, na medida em que, em meio à tramitação, o Magazine Brutske vendeu a área aos que agora propuseram o negócio ao Município, ou seja, os Senhores Maranho, Antonio Maranho, Ernesto Alexandre Farina e João Edi Farina. Como já registramos na ocasião anterior, trata-se de uma nesga de terreno extremamente diminuta, 162m2, que, urbanisticamente falando, isoladamente, não tem nenhum significado maior que, evidentemente, só dá interesse aos lindeiros, motivo pelo qual, examinado o Projeto, todo o conjunto do processo, como temos feito, desde o primeiro dia em que entramos na Casa, não temos dúvida em encaminhar favoravelmente, absolutamente tranqüilos quanto à legalidade e lisura do negócio, que, evidentemente, unificando a área dos lindeiros com o terreno a ser vendido, significará, sem dúvida alguma, um novo lote urbano, de significado, e que por isso mesmo terá uma incidência de imposto bem mais importante do que aquele que incide no momento, portanto, vai ajudar os cofres públicos municipais, dentro das suas responsabilidades gerais. Neste sentido, portanto, e mantendo a nossa tradição de sempre nos manifestarmos a respeito desse tipo de Projeto, depois de examinado o lote, examinado todo o processo, depois de averiguado com relação ao Plano Diretor, encaminhamos favoravelmente o Projeto, chamando a atenção de que os lotes reunidos, em uma única gleba, garantirão um aumento significativo do imposto territorial urbano. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para discutir, Ver. Paulo Sant’Ana.

 

O SR. PAULO SANT’ANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. As razões apresentadas pelo Ver. Antonio Hohlfeldt são convalidadas por este orador, e só pediria ao Plenário que votasse a Emenda, porque o Projeto original não parece claro quanto à correção, em OTN, do preço total, parece que ele só quer corrigir a mensalidade das prestações, em vez do preço total em correção de OTN. Desta sorte, acho que seríamos mais claros se aprovássemos a Emenda, e eu pediria que na redação final, na letra C, do art. 2º - está errado -, seria letra C, da Emenda, se desse a seguinte redação: “Dê-se ao artigo 3º a seguinte redação, remunerando-se os demais...”, que é como está, inclusive o suprimido, com o que o artigo 3º passaria a ser o artigo 4º. Na redação final corrigiríamos isto, com propriedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Até para instruir os Vereadores, como se procederá à votação, pergunto a V.Exa., decorrente de uma Questão de Ordem feita há 2 ou 3 reuniões atrás, se o requerido por mim e provavelmente à Comissão de Justiça e Redação já houve um Parecer, ou o que a Mesa entendeu sobre a figura da abstenção e conseqüente Declaração de Voto para aquele que se absteve.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador Aranha Filho, a Mesa entende a figura da abstenção, uma figura, por analogia, perfeita e acabada. No entanto, a matéria se encontra na Comissão de Justiça e Redação. Segundo me consta, está a seu lado o Relator da Matéria, não chegou até a Presidência qualquer Relato. A Mesa está atenta para receber da Comissão de Justiça e Redação o que V.Exa. inquire.

Encerrada a discussão. Em votação o PLE nº 21/87. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

PROC. 1459 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 54/87, do Ver. Raul Casa, que denomina Rua Ivescio Pacheco uma via pública.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Ignácio Neis: pela aprovação.

- da CUTHAB. Relator, Ver. Frederico Barbosa: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 054/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 54/87 permaneçam sentados. (Pausa.)

Sobre a Mesa, Requerimento de autoria do Ver. Raul Casa, solicitando seja o PLL 54/87 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-o aprovado nesta data.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1476 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 56/87, do Ver. Raul Casa que denomina Rua Hilário Cristo uma via pública.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Ignácio Neis: pela aprovação.

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Sant’Ana, pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 056/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 56/87 permaneçam sentados. (Pausa.)

Sobre a mesa, requerimento de autoria do Ver. Raul Casa, solicitando seja o PLL 56/87 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-o aprovado nesta data.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1525 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 58/87, do Ver. Aranha Filho, que denomina Rua Carlos A. Ilha de Macedo um logradouro público.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Ignácio Neis: pela aprovação.

- da CUTHAB. Relator, Ver. Pedro Ruas: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 058/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL 58/87 e permaneçam sentados. (Pausa.)

Sobre a Mesa, requerimento de autoria do Ver. Aranha Filho, solicitando seja o PLL 58/87 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-o aprovado nesta data.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1631 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 61/87, do Ver. Jorge Goularte, que denomina Rua Hermeto Bermudez um logradouro público.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator, Ver. Ignácio Neis: pela aprovação.

- da CUTHAB. Relator, Vereador Antonio Hohlfeldt: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 061/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL 61/87 permaneçam sentados. (Pausa.)

Sobre a mesa, requerimento de autoria do Ver. Jorge Goularte, solicitando seja o PLL 61/87 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-o aprovado nesta data.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1640 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 62/87, do Vereador Jorge Goularte, que denomina Rua Professor Leonardo Tochtrop um logradouro público.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator, Ver. Ignácio Neis: pela tramitação.

- da CUTHAB. Relator, Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 062/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL 62/87 permaneçam sentados. (Pausa.)

Sobre a mesa, requerimento de autoria do Ver. Jorge Goularte, solicitando seja o PLL 62/87 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-o aprovado nesta data.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE: Convocamos os Srs. Vereadores membros das Comissões de Justiça e Redação, bem como os da Comissão de Educação, de Finanças e Orçamento e a de Urbanização, Transporte e Habitação, para examinar o Parecer Conjunto que altera dispositivos da Lei 5732; e mais, o Parecer Conjunto, convocando as Comissões de Justiça e Redação e de Educação e Cultura, para, amanhã, às 14h30min, em reunião conjunta.

 

O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, para um Requerimento. Solicito, em vista do Parecer Conjunto e urgência, que a convocação, além de oral, seja por escrito, até porque alguns dos membros podem estar ausentes.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tomará as providências para que todos os Srs. Vereadores tomem ciência. No entanto, só alertávamos os Srs. Vereadores, porque refletimos e, naquele momento, encontravam-se as seis Lideranças com assento nesta Casa, em Plenário. Chamávamos a atenção das Lideranças.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: Assinado por nove Srs. Vereadores o seguinte Requerimento: “Sr. Presidente, o Vereador que este subscreve requer nos termos regimentais que, ouvido o Plenário, seja o Período de Comunicações do próximo dia 8 de outubro, dedicado a homenagear a passagem dos 20 anos da morte de Ernesto Che Guevara, ocorrido nas selvas bolivianas”. O primeiro Vereador que assina é o Ver. Kenny Braga.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas a título de informação, eu nada tenho contra à proposta do Ver. Kenny Braga, muito pelo contrário, mas eu dei entrada no Protocolo, como cabe, e não diretamente à Mesa, com um Requerimento de igual teor, há dias, e deve estar para ser votado, inclusive. Pedindo, neste Requerimento, a mesma solicitação, apenas que para o dia 28 de outubro, porque a Associação Cultural José Marti, está montando toda uma programação que incluirá a Sessão, aqui, na Casa.

É apenas uma Questão de Ordem, não me opondo de maneira nenhuma, até me curvando à decisão do Plenário, é que eu conversava com o Ver. Kenny Braga, eu tenho registrado no Protocolo esse mesmo Requerimento, transformando em Processo para votação.

 

O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Apenas para registrar, eu gostaria de ter subscrito qualquer um dos dois Requerimentos, já que não me foi solicitado, eu faço o registro.

 

O SR. PRESIDENTE: A Secretaria da Casa irá responder ao Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: Ver. Antonio Hohlfeldt, este Vereador estava no exercício da Presidência, no momento em que o Requerimento assinado pelo Ver. Kenny Braga e outros Vereadores deu ingresso na Mesa. De ato imediato, foi comunicado à Assessoria da Diretoria Legislativa, que fez remeter o ofício diretamente ao Protocolo. E recebemos, agora, do Protocolo e já devidamente batido pelo setor competente, transformando em Requerimento Oficial.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Equivocadamente, Sr. Secretário. E tenho, inclusive, o registro de que o meu deu entrada no dia 03 de outubro. Então, o Protocolo está falhando na sua função de registro. É apenas para salvaguardar a ordem legal da Casa. Posso, até, de comum acordo com o Ver. Kenny Braga, nos acertarmos, mas eu gostaria de não abrir mão no sentido de que eu fiz o registro devido dentro da tramitação devida, que é o registro no Protocolo e não entrada na Mesa, direto.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recolhe o material e passará em diligência, não colocando em votação o que ora foi apregoado.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA (Questão de Ordem): Nesta mesma Questão de Ordem do Ver. Antonio Hohlfeldt, estando no exercício da Secretaria da Casa, estou coletando no meu gabinete alguns Requerimentos de idêntico teor, inclusive assinados, eu diria, lastimavelmente, não porque V.Exa. assinou, mas porque recebeu em mãos a formalização de Requerimento que saíram com duplicidade. Ou seja, que a Casa recebeu Votos de Congratulações que, fora uma letra ou outra, não têm nenhuma diferença e terminaram as pessoas recebendo comunicações duplas de V.Exa. Então, eu aproveito a oportunidade para formalizar a V. Exa., o que está formalizando o Ver. Antonio Hohlfeldt, e vou passar às suas mãos para que se tome uma atitude e que isto não mais aconteça para não expor a Presidência da Casa a atos de assinatura dupla ou do Plenário que recebe, neste momento, e se vê obrigado a ler um documento, perante todos os Vereadores, que é duplo, segundo informações do Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa acredita que até o dia de amanhã poderá esclarecer o problema surgido com o Requerimento ora apregoado, assim como aqueles que o Ver. Frederico Barbosa acaba de mencionar, pedindo que o Vereador encaminhe objetivamente o assunto.

 

O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): V.Exa. tinha tomado uma decisão que nós tínhamos considerado sábia, que era a de não aceitar mais Requerimento na Mesa. O Ver. Frederico Barbosa tomou ainda a medida de enviar ao Protocolo, mas eu acho que na medida em que a Mesa não aceitar mais nenhum tipo de Requerimento, a não ser de dispensa de Redação Final, com formulário próprio, facilitaria e evitaria esta situação de constrangimento.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Frederico Barbosa procedeu em uniformidade com a Mesa, ou seja, mandou para o setor competente e não deu por recebido. Somente deu por recebido no momento em que voltava. A questão é que o Ver. Frederico Barbosa guardou uniformidade.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Independente da discussão de nível burocrático com relação aos recebimentos, me parece que há razão a ponderação do Ver. Antonio Hohlfeldt, saliento que, apenas, para reflexão dos Vereadores que irão votar o Requerimento e talvez para posterior discussão do próprio Ver. Antonio Hohlfeldt de que o dia 8 de outubro é o dia da morte de Ernesto Guevara e que, portanto seria em termos de homenagem o dia mais propício.

 

O SR. PRESIDENTE: Não caba à Mesa indagar. Ela terá que providenciar para não expor o Plenário a um erro. Um erro que a Mesa não encampa e que nem o Ver. proponente Kenny Braga, o Ver. Antonio Hohlfeldt e a Mesa tiveram a intenção do erro. Agora, não vamos errar coletivamente.

 

O SR. KENNY BRAGA: Quero colaborar com a Mesa e com a Casa. A intenção desse Vereador é de fazer com que a data da morte do grande revolucionário latino-americano, Che Guevara, não passe em branco por esta Casa. Eu não sabia da iniciativa do Ver. Hohlfeldt quando entrei com o requerimento na Mesa, mas a minha intenção e a da do Ver. Hohlfeldt se confundem no seu objetivo fundamental que é homenagear Che Guevara. Na medida em que existe uma identidade de propósito entre o meu requerimento e o do Ver. Antônio Hohlfeldt eu estou retirando o meu requerimento e deixando que a homenagem seja feita no dia 28 conforme o requerimento precedente assinado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt do PT.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Kenny Braga, V.Exa. não tinha a obrigação de saber que havia um Requerimento. Tão somente neste momento está chegando à Presidência o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt. A Mesa lê o requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt. Ele é datado de 1º de outubro de 1987. Este processo recebeu o nº 2256, e tomou o nº 128/87 na Casa. Ele requer que o Grande Expediente do dia 28 de outubro seja dedicado a homenagear Ernesto Che Guevara, pela passagem dos vinte anos da sua morte. De fato, a Mesa constata que conforme o sustentado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt havia precedência no requerido, pelo que consulta o Plenário, se desejam que seja colocado o Requerimento precedente em votação, que já deveria ter vindo para a Mesa e ainda não tinha vindo. A Mesa chama a atenção de que recebeu só neste momento. Até não o conhecia, e ele não estava sobre a Mesa, se estivesse o Ver. Kenny Braga receberia Comunicação naquele momento, e por isso não foi dada a ele. Quero deixar isto bem caracterizado, para não ter induzido o Ver. Kenny Braga a erro. A Mesa não procedeu desta forma, e está recebendo, neste momento, o Processo do Ver. Antonio Hohlfeldt, após o questionamento do Plenário.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Eu, respeitosamente, quero dizer que acho que ninguém é dono de qualquer homenagem. Eu entrei com o Requerimento, a pedido da Associação Cultural José Marti, que está preparando toda uma programação para os dias 28, 29, 30 e 31 de outubro. Este Vereador é autor de uma Lei já aprovada por esta Casa, que deu o nome Che Guevara a uma praça situada na Restinga, na qual nós pretendemos inaugurar no dia 28, pela manhã, a placa comemorativa. Então, como eu integro a direção da Associação, discutimos na última reunião toda a programação relativa às festividades. Como já existem outras festividades previstas para o dia 08, de outras entidades, a Associação José Marti decidiu que aquelas atividades ligadas ao nível municipal que caberiam a ela desenvolver, que fossem centralizadas no final do mês, motivo pelo qual o pedido da Sessão se deu para o dia 28, à tarde, exatamente, para adequar toda a programação. Então, este é o motivo pelo qual nós pedimos no dia 28 e não no dia 8, que estava livre e poderia ser pedido. Agora, eu entendo, Ver. Kenny Braga, mas não me sinto autorizado a abrir mão da data, na medida em que não foi uma decisão minha. Foi uma decisão da Associação Cultural. Então, eu propunha a V.Exa. que não votássemos nenhum dos dois Requerimentos hoje, eu faria uma consulta por telefone à Associação e, se a Associação não tiver nenhuma óbice à transformação do dia 8, eu, de minha parte, assino com V.Exa., voto com V.Exa., não há problema. Mas quero deixar claro que, do ponto de vista legal, formal, eu insisto de que há premência minha. Eu entrei no dia 1º, o Processo tem um número e, que saiba este Vereador, vale isto e não entrar na Mesa de última hora, ou coisa parecida. E isto não é uma crítica ao Ver. Kenny Braga, é sim uma falta de critério que estamos enfrentando novamente. E, se entra pelo Protocolo, eu sigo rigorosamente o que designa a Direção da Casa, entrego um ofício a tempo no Protocolo e corro o risco de ser preterido numa reivindicação. Separando as duas coisas, eis que não pretendo me adonar nem que seja eu a decidir, eu proponho isto ao ver. Kenny Braga. Como não fui eu, individualmente, que propus o Requerimento e o Pedido, proponho consultar a entidade e o que ela quiser eu aceito plenamente. Assim, acho que nós contornamos a situação, mas requeiro, de qualquer maneira, uma definição da Mesa quanto ao critério, porque, caso realmente, não valha o registro no Protocolo, eu vou entrar diretamente com todos os Requerimentos diretamente na Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: Uma vez mais insisto em dizer que o Ver. Frederico Barbosa, quando dirigia os trabalhos, recebeu a documentação e a enviou aos canais competentes da Casa. Cumpriu exatamente o que deve ser feito na Casa. O Requerimento percorreu todos os trâmites e chegou à Mesa. A Mesa só estranha que o Processo de um Vereador tenha andado tão devagar e o do outro tão ligeiro.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: A culpa não é deste Vereador, com certeza.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa não culpa nenhum dos Vereadores, nem o Ver. Kenny Braga, nem o Ver. Antonio Hohlfeldt. Apenas, eu queria dizer que a Mesa recebeu um posteriormente ao outro.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Vereador Presidente, apenas para deixar claro, porque lembro, perfeitamente, da manifestação que fiz ao Ver. Kenny Braga, a Mesa, tendo este Vereador no exercício da Presidência, no momento em que o Ver. Kenny deu entrada, nem recebeu o Requerimento, apenas o Ver. Kenny foi auxiliado por funcionária do Setor Legislativo, para facilitar o Vereador, eis que nem recebeu; a Mesa devolveu, chamou o Ver. Kenny à Mesa, e devolveu o ofício, apenas patrocinando a possibilidade de orientação da Diretoria Legislativa para uma melhor tramitação. Em segundo lugar, gostaria de lembrar ao Ver. Hohlfeldt, como colaboração, que há uma informação de que o dia 28 é dia facultativo, dia do funcionário público, então, apenas como colaboração, já que S.Exa. deseja reexaminar, junto com o Ver. Kenny, as datas, não tenho nem como certeza, mas há informações de que é um dia de ponto facultativo.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa em face dos pronunciamentos de ambos os autores colocará em votação somente na próxima reunião, para que se chegue a um denominador comum, e mais uma vez, a Mesa reitera seu propósito de não induzir nenhum a erro e, tão pouco, tratar com privilégios qualquer matéria, e examinará o ocorrido conforme manda o Regimento Interno da Casa.

 

O SR. HERMES DUTRA: Eu requereria que houvesse uma inversão dos trabalhos porque a Pauta está congestionada e temo que não haja número suficiente de Vereadores, mais tarde.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, para evitar outro episódio desse tipo, eu não estava aqui quando da leitura dos Requerimentos, então indagaria à Mesa se foi lido um Requerimento, de minha autoria, que entrou na mesma data que este sobre Che Guevara, em que se pedia a Sessão Solene também para o Diário do Sul, para o dia 4 de Novembro.

 

O SR. PRESIDENTE: Não foi lido.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Aí é que me preocupa, porque entrei no mesmo dia com os dois Requerimentos e veja, estamos, hoje, no dia 5, e até agora não chegou à votação. Então, eu reclamaria respeitosamente de V.Exa. no sentido de que se providencie junto ao Protocolo. Em primeiro lugar, de que haja um bom controle de informações para que não se repitam episódios desse tipo, pois aí há um responsável, sim, não é nenhum Vereador, nem a Presidência, muito menos o Secretário, mas há responsabilidade de uma má informação, de um mau controle de tramitação. Gostaria inclusive de ter informação sobre onde anda meu Requerimento em torno do Diário do Sul.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa se julga responsável e tomará as providências devidas. E mais: é culpada por isto.

 

O SR. FLÁVIO COULON (Questão de Ordem): Apelo aos senhores Vereadores para que não inventem tantas Sessões de Homenagem dentro do Grande Expediente e Comunicações, pois deste jeito vamos passar semanas e semanas homenageando. Não vamos mais trabalhar, só homenagear. Para se homenagear tem as noites, as tardes depois de encerrados os trabalhos, as manhãs, sábados e domingos.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, salvo melhor juízo, não endossa nenhuma Sessão Solene, nem as desfaz, apenas acolhe o que é votado em Plenário e entende que elas são muito produto do esvaziamento dos Poderes Legislativos no Brasil. De outra forma, esta Presidência, uma vez quando o Sr. Cleom Guatimozim era Presidente, insistia para que as Sessões Solenes fossem realizadas após as 18h. Fiz Projeto de Lei que foi rejeitado pelo então Presidente.

 

O SR. HERMES DUTRA: Para um Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. tem a palavra.

 

O SR. HERMES DUTRA: Solicito a inversão da ordem dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(Obs: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, passaremos à

 

PAUTA  - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2186 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 05/87, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e dá outras providências.

 

PROC. 2185 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 63/87, que altera dispositivos da Lei nº 5732, de 31 de dezembro de 1985, e dá outras providências.

 

PROC. 2177 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 62/87, que abre crédito suplementares no valor de Cz$ 314.100.000,00 no DMAE, e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2163 - PROJETO DO LEGISLATIVO Nº 97/87, do Ver. Nilton Comin, que denomina Rua Inocêncio de Oliveira Alves um logradouro público.

 

PROC. 2151 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 36/87, do Ver. Frederico Barbosa que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Maria Pinto Mottola.

 

PROCE. 2133 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 35/87, do Ver. Paulo Sant’Ana, que dispõe sobre a doação, às escolas públicas municipais, do papel utilizado nos serviços administrativos desta Câmara Municipal, para ser reaproveitado pelos estudantes carentes.

 

PROC. 2093 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 92/87, do Ver. Raul Casa, que denomina Rua Irmão Getúlio um logradouro público.

 

PROC. 2094 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 93/87, do Ver. Raul Casa, que domina Rua Irmão Paulo Lourenço um logradouro público.

 

PROC. 2061 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 59/87, que autoriza cancelar valores da Dívida Ativa nos exercícios de 1978 e 1979, do Departamento Municipal de Água e Esgotos.

 

PROC. 1994 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 83/87, do Ver. Raul Casa, que denomina Rua Dr. Adroaldo Mesquita da Costa um logradouro público.

 

PROC. 1998 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 84/87, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Praça Administrador Belmiro Siqueira um logradouro público.

 

PROC. 2012 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 85/87, do Ver. Paulo Sant’Ana, que estabelece a isenção do pagamento das tarifas de Transporte Coletivo do Município de Porto Alegre a todos os ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial e dá outras providências.

 

PROC. 2019 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 86/87, do Ver. Raul Casa, que denomina Rua Irmã Jacobina Veronese um logradouro público.

 

PROC. 2034 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 53/87, que declara de utilidade pública a Bolsa de Mercadorias do Rio Grande do Sul.

 

PROC. 1992 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 31/87, Ver. Paulo Sant’Ana, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao tenista gaúcho Thomaz Koch.

 

PROC. 2000 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 32/87, do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Engenheiro Abrão Aspis.

 

PROC. 2121 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 94/87, do Ver. Raul Casa, que denomina Rua Governador Peracchi Barcellos um logradouro público.

 

PROC. 2109 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 34/87, da Ver.ª Teresinha Irigaray, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Professora Vera Lia Fortini Cavalheiro.

 

PROC. 2060 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 58/87, que autoriza a abertura de crédito suplementar no valor de Cz$ 6.100.000,00, e dá outras providências.

 

PROC. 2057 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 55/87, que autoriza permuta de imóveis e dá outras providências.

 

PROC. 2058 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 56/87, que autoriza permuta de imóveis e dá outras providências.

 

PROC. 2059 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 57/87, que autoriza o Município a permuta imóvel com a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 1876 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 78/87, do Ver. Caio Lustosa, que dispõe sobre a proteção do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural do Município de Porto Alegre, disciplina a integração de bens móveis, cria incentivos ao tombamento e dá outras providências.

 

PROC. 2081 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 89/87, do Ver. Hermes Dutra, que altera o “caput” do art. 1º da Lei nº 5892, de 15 de maio de 1987, que denominou Rua Rubens Torelly um logradouro público.

 

PROC. 2082 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 90/87, do Ver. Lauro Hagemann, que denomina Rua Dr. Júlio Teixeira um logradouro público.

 

PROC. 1990 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 82/87, do Ver. Nilton Comin, que denomina Rua João Fazio Amato um logradouro público.

 

PROC. 2068 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 88/87, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua Mario Leivas Cardia um logradouro público.

 

PROC. 2089 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 91/87, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua J. Thadéo Onar um logradouro público.

 

PROC. 2092 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 09/87, do Vereador Marcinho Medeiros, que altera os artigos 98 e 99 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: Primeiro orador inscrito Ver. Hermes Dutra, que desiste. Segundo orador inscrito Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Serei breve atendendo aos inúmeros apelos da massa de Vereadores. Eu venho trazer uma preocupação aqui a esta Tribuna em relação à quantidade de Projetos de permutas de áreas. Fica muito difícil para um Vereador analisar com cuidado, se é do interesse ou se não é do interesse do Município, este tipo de permuta do imóvel por outro imóvel. Parece-me que a prática da permuta não é administrativamente a prática melhor. Quer-me parecer que melhor seria que estas áreas a serem permutadas, fossem licitadas publicamente, fosse estabelecido um preço e colocado este preço em licitação sem a necessária permuta. Por outro lado, a fixação do preço destas áreas, a avaliação do preço destas áreas, a avaliação destas áreas em OTNs, mais o tempo que decorre do momento da avaliação até a efetivação do negócio, e havendo uma valorização comercial muito maior do que a variação da OTN, acaba, nestes processos que vêm de longe, o Município sendo prejudicado. A simples avaliação em termos de OTN, ela não tira o prejuízo do Município. Por outro lado, a avaliação pura e simples de uma nesga de terra, pelo seu valor de mercado, também não me parece a maneira mais apropriada. Não tenho visto, nesta avaliação, a influência daquela pequena nesga de terra na valorização do imóvel atual ela vai ser agregada, porque muitas vezes um imóvel que não é esquina, através de uma incorporação por troca do Município por uma pequena faixa de terra na esquina, ela acaba sendo um imóvel de esquina, valorizando o imóvel, e o preço desta valorização não está embutido na avaliação. Essa pequena nesga de terra ao se incorporar no terreno, ela aumenta a metragem do terreno, aumenta o índice de construção do terreno, logo, aumenta o valor do terreno, e isso não é levado em consideração em termos de avaliação. De modo que, para o Vereador, nesses projetos de permuta de área fica difícil avaliar perfeitamente, se há conveniência ou se não há uma certa vantagem da parte que recebe um imóvel como contrapartida.

 

O SR. HERMES DUTRA: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. Até tem um pouco de razão quando levanta esta dificuldade de nós analisarmos a conveniência. Mas eu quero encarar sobre um outro aspecto da questão. Agora, um outro ângulo: é angustiante a figura - não vou dizer de todos, porque às vezes são grandes comerciantes -, mas de uma boa parcela, são de pequenos comerciantes e proprietários de pequenas áreas que ficam 2, 3, 4 anos andando na Prefeitura, andando para frente e para trás, na tentativa de fazer uma compra de uma área dessas, sem concorrência, porque é pequeno, ou uma permuta porque o Plano Diretor o pegou. Se V.Exa. se der ao trabalho de olhar as datas iniciais desses projetos verá que nenhum deles tem menos de 2 anos. Sei de um caso, por exemplo, ali na Bento Gonçalves, que logo depois que eu fui eleito, a pessoa me procurou e disse: “Olha, estou querendo espichar o meu negocinho, é um pequeno negócio de um tipo de pequenos lanches. De um terreno que ele tem, sobrou um pedaço do prolongamento da Bento e já lá se vão quase 4 anos e até agora não conseguiu que esse Projeto viesse para esta Casa. É realmente um problema.

E dessas pequenas áreas de terra, acho que realmente, se, eventualmente, a Prefeitura viesse a ter um prejuízo em que a avaliação não toca, acho que valeria a pena. Agora, nos grandes negócios, grandes áreas, acho que aí teríamos que nos dedicar com mais profundidade para analisar estes aspectos que podem trazer prejuízos mais significativos para o Município. Sou grato a V. Exa.

 

O SR. FLÁVIO COULON: É, Ver. Hermes Dutra, realmente estou falando em tese. Esses pequenos terrenos - concordo com V.Exa. - eles demoram tanto que no fim a gente mesmo fica tentando inventar uma coisa que realmente não existe. Se houvesse um interesse e a coisa pudesse ser feita de uma maneira mais rápida, seria melhor para todos e acabaria com esse problema que a gente achou que a OTN variou ou não variou, aumentou. Eram essas as preocupações que queria colocar, num primeiro momento, nesta Tribuna, hoje, Sr. Presidente e Srs Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Próximo orador inscrito em discussão preliminar e Pauta é o Ver. Caio Lustosa. Ausente. O próximo inscrito é o Ver. Frederico Barbosa. Desiste. Ver Jorge Goularte. Desiste. Ver. Isaac Ainhorn, V.Exa. tem 10 minutos.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Sempre tenho, da Tribuna desta Casa, chamado a atenção da importância para a discussão de Pauta. A discussão de Pauta é o momento processual da tramitação do processo. É extremamente importante. Tanto é que, acerca de um projeto que eu discuti, na segunda Pauta eu tinha uma posição e, em função da discussão, o autor do Projeto veio me fazer alguns esclarecimentos e me levou ao contato com as pessoas beneficiárias, inclusive, do Projeto, o que fez com que eu mudasse de posição e viesse a esta Tribuna.

O Ver. Paulo Sant’Ana que é seu autor - é o Projeto da isenção da tarifa, Processo 2012, Projeto de Lei do Legislativo 85/87, do Ver. Paulo Sant’Ana, que estabelece a isenção do pagamento das tarifas de transporte coletivo do município de Porto Alegre a todos os ex-combatentes da 2ª Guerra Mundial e dá outras providências.

Eu, em princípio, compreendia este Projeto - os Anais desta Casa podem comprovar isto - como inócuo, sem objetivo, na medida em que todos os ex-Combatentes hoje, necessitados, estariam sobre o artigo da isenção da tarifa para as pessoas com mais de 60 anos - a Lei Valdomiro Franco. Pois, exatamente, dentro desta ótica, eu tive a observação de um ex-Combatente, há alguns dias atrás, que me fazia ver que aquele Projeto não o atingia, pois ele era o mais moço de todos os pracinhas que tinham ido aos campos de batalha na Itália, que ele tinha 60 anos e 5 meses e, portanto, estava, ao abrigo da Lei do Idoso. Evidentemente, hoje, aquilo virou uma convicção no sentido da iniqüidade e da falta de objeto da Lei bem intencionada do Ver. Paulo Sant’Ana. Hoje eu tive contato com ex-pracinhas que me colocaram que embora, realmente, todos os ex-pracinhas tivessem mais de 60 anos, alguns recebem mais de 3 salários mínimos por mês e a Lei do Idoso protege apenas aqueles que ganham menos de 3 salários mínimos e eles ganham 4 salários mínimos. Sabemos que qualquer cidadão com esse salário encontra dificuldades para sua manutenção, fazendo-me ver, assim, que aquele Projeto tinha procedência e mérito. Acrescentei que uma das grandes vitórias que se poderia obter é a retomada da isenção do IPTU que o Dr. Leonel Brizola tinha concedido aos pracinhas. Francamente, estou inclinando a votar favorável, até por já ter corrido Pauta, esse processo está amadurecendo. Questiono-me, além destas questões, contudo, sobre se o aumento do número de isentos acarretaria uma conseqüência sobre as tarifas. Na realidade, sabe-se que o número é pequeno e não teria repercussão sobre a tarifa. Assim, inclino-me a votar favorável, pela inexistência de repercussão sobre a tarifa, a esse Projeto em sua 3ª Pauta.

 

O Sr. Pedro Ruas: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Aproveitando, declaro-me no sentido de aprovação deste Projeto pelos grandes argumentos que V.Exa. coloca, aduzindo, ainda, que, sendo um número bem reduzido de pessoas efetivamente atingidas pelo Projeto, parece-me que não há argumento contrário de repercussão na tarifa para os demais usuários. A medida é altamente meritória, já que são pessoas que efetivamente prestaram um grande serviço a esta Pátria e que, no dia-a-dia, não têm o reconhecimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Tudo o que se fizer por essas pessoas é pouco, não é só pelo que fizeram pelo Brasil, mas também pelo que fizeram pela humanidade e para destruir, lá nos campos de batalha, a falsidade e o mito da superioridade ariana. Então, os nossos pracinhas com toda a sua simplicidade - o nosso país não é um povo bélico, guerreiro - nós fomos lá e conseguimos derrotar nos campos de batalha aquelas tropas que se diziam superiores a todos e pretendiam, através da sua superioridade racial, tomar conta do mundo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, também do Ver. Paulo Sant’Ana há um Projeto de Resolução, que dispõe sobre doação às Escolas Públicas Municipais, do papel utilizado pelo serviço administrativo da Casa. Quero apenas parabenizar este Vereador pela iniciativa mais formal, de vez que vários Vereadores da Casa já fazem isto, de modo próprio, eu, inclusive. Mas acho que é uma iniciativa interessante, que a gente formalize como uma atitude da Casa, que não seja uma atitude individualizada.

 

O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Até concordo com V.Exa., mas protestei contra o Projeto, porque fala de Escolas Municipais, por que não Escolas Estaduais, que são altamente carentes? Neste caso vou apresentar uma emenda e ampliar “escolas municipais e ou estaduais”.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: De minha parte nada contra. O Ver. Paulo Sant’Ana pode compor a Emenda de V.Exa. Se eu fosse o Ver. Paulo Sant’Ana teria formalizado em termos de Escolas Municipais, até porque são as Escolas que temos a maior relação. Por exemplo, eu tenho um filho numa escola estadual, no entanto, a minha relação como Vereador é muito maior com as Escolas Municipais, em termos de SMEC, porque são as suas professoras, as duas diretoras que nos procuram, pedindo auxílios, muito mais que as escolas estaduais. Até porque, nas escolas estaduais já tem a tradição dos CPMs que têm autonomia maior, sendo que os CPMs das escolas municipais apenas agora estão sendo reintroduzidos, por uma iniciativa da Secretária Neuza Canabarro. De maneira que tem o meu apoio o Projeto do Ver. Paulo Sant’Ana.

Nós recebemos, hoje à tarde, a visita de alguns ex-combatentes que nos trouxeram essa questão que o Ver. Isaac Ainhorn abordou há pouco. De maneira que eu também, embora não tenha uma posição final, me inclino, exatamente, a votar favorável, ante o argumento trazido por eles, realmente, eu acho que é uma questão de nós considerarmos e darmos o apoio.

Eu queria, aqui, expressar minha preocupação, em relação a um conjunto de Projetos de concessão de títulos de Cidadão Emérito da Cidade que vem invadindo esta Casa, é que em alguns casos traz imensos constrangimentos. Eu não quero mencionar o homenageado, até porque sou amigo pessoal, agora, realmente eu acho que há certos projetos que são um oportunismo, como no caso do Processo 2109, está tramitando aqui na Casa, como já disse, tenho o maior respeito por essa pessoa, agora, nesse nível, nós temos que homenagear mais que metade da cidade de Porto Alegre, porque cada pessoa individualmente, até por que é parente de algum cidadão Emérito, não herda o direito à homenagem.

Evidentemente que o jornalista Arquimedes Portine merece de nossa parte um respeito fantástico, eu convivi com ele na redação do “Correio do Povo”, tenho um carinho imenso pelo velho Portine, como nós dizíamos, das suas histórias, ele era a memória viva dessa Cidade. Agora, isso não passa para seus parentes, necessariamente, e nós acabamos diminuindo o valor dessa premiação, com relação àqueles que realmente merecem.

Então, eu comparo, e cito aqui: o Ver. Hermes Dutra apresentou Projeto de Título de Cidadão Emérito a Martins Livreiro, é um cidadão que realmente merece todos os títulos que nós possamos dar, pelo trabalho admirável que o Martins vem fazendo e nos últimos anos maior. E eu me sinto bem em falar isso, porque inclusive é da minha área profissional. O Martins Livreiro não se contentou em ser, talvez, o mais importante dono de sebo, de livraria da nossa Cidade e nós sabemos o quanto é importante o papel de um sebo numa Cidade, para, sobretudo, estudantes pobres, para aqueles que buscam livros raros e esgotados, eu me incluo entre essas pessoas, na medida em que venho buscando ao longo de décadas formar a minha biblioteca na área, sobretudo, do Rio Grande do Sul. Esta dedicação do Martins realmente não há homenagem que possamos fazer que realmente engrandeça a ele suficientemente. Ao contrário, ele é que engrandece a Câmara ao aceitar esse título. Agora, tem outras situações que são constrangedoras. Com certas situações diminuímos esta premiação. Confesso que pessoalmente me sinto constrangido em votar em condições destas. De repente é difícil a gente realmente comparar e aprovar a rodo todas estas homenagens, acabamos diminuindo o valor e o significado delas.

 

O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com relação ao Martins Livreiro até para que os Anais registrem, veja V.Exa. que numa das tantas Sessões Solenes desta Casa eu vi na galeria o Martins e fui cumprimentá-lo e perguntei: o que fazes aqui? Ele disse: “Vereador, vim ver como é”. Realmente o homem é simples e tem um trabalho que desenvolve a favor da literatura do Rio Grande do Sul. Acho que está faltando coragem da Casa para tomar uma atitude sobre isto. Há uns tempos atrás esta Casa limitava a concessão do título e foi lamentavelmente derrotada e numa oportunidade em que se perdeu de dar uma ordenada nesta questão. Inclusive estou vendo se acho uma forma de nós criarmos um outro prêmio para estas grandes figuras, e cito o caso de Luiz Carlos Prestes, que merece toda a homenagem desta Casa, embora eu tenha uma distância quilométrica dele, mas o título de Cidadão, pelo menos a pessoa tem que ter morado aqui, trabalhado aqui, tem que ter algumas ligações com a Cidade. Vamos criar um outro prêmio, como forma de a Câmara reconhecer os valores dessas pessoas.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu acho difícil que formalmente nós possamos encaminhar isto entre Lideranças ou coisa parecida, porque, na realidade, cada Vereador tem a sua autonomia. Eu cito este exemplo em que uma pessoa ligada a mim me pediu e eu acho que temos que ter um mínimo de critério. Eu me sinto tranqüilo, porque eu tenho sido extremamente parcimonioso na proposta deste tipo de homenagem e tenho me preocupado em fazer homenagens que tenham uma repercussão, um significado em setores da população. Em setores que realmente estavam ligados a atividades deste homenageado, que tenha um significado coletivo. Agora, homenagear apenas dentro de interesses pessoais nossos, realmente é uma coisa constrangedora.

 

O Sr. Paulo Sant’Ana: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Na marcha que vai, o problema da segurança, o problema da profusão de títulos de Cidadão Emérito, não haverá mais nenhum habitante de Porto Alegre, daqui a alguns anos, que não tenha sido assaltado ou que não seja Cidadão Emérito. E veja V.Exa. o que aconteceu estes dias, aqui, neste Plenário, foi uma coisa incrível, eu cheguei apressado, o Ver. Clóvis Brum estava dizendo algo que eu tinha que fazer uma restrição ao que ele estava dizendo e o Presidente disse que não dava, porque era Sessão Solene. Quer dizer, está demais!

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: E o mais grave, Ver. Paulo Sant’Ana, é que há um segundo constrangimento. É que, depois que se faz a entrega do prêmio, fica só o Vereador proponente e os convidados e o coitado do homenageado, porque, na verdade, a Casa não se comprometeu. Ela votou por constrangimento e não assumiu. Diferente, e vamos ficar no exemplo levantado pelo Ver. Hermes Dutra, do Martins Livreiro, diferente do Sr. Luiz Carlos Prestes, independente das nossas posições, em que a Casa assume. Realmente, nós tivemos uma Sessão belíssima em relação ao Sr. Luiz Carlos Prestes, a Casa lotada, a comunidade compareceu. Aí, então, se justifica a Sessão. Agora, quando nós encaminhamos Projetos que são eminentemente ligados a interesses particulares do Vereador, nós corremos o risco de constranger inclusive o homenageado. Vem o coitado, faz força para trazer a família, vem o Vereador que propõe, e olhem lá, e, realmente, ficamos por aí. E quem paga o pato, nessas alturas, é a Instituição.

 

O Sr. Pedro Ruas: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. Coloca argumentos incontestáveis, da Tribuna. Na verdade, homenageados ilustres com tal título, Cidadão Emérito de Porto Alegre, um título importantíssimo, passam a ter a sua própria homenagem diminuída, em função desses problemas e dessa motivação que V.Exa. tão bem expõe. Agora, chamo a atenção de V.Exa., para que seu pronunciamento não fique apenas como um apelo, na medida em que não há uma medida prática decorrente do mesmo, salientando que, para que isso não ocorra no seu pronunciamento, me parece que não há saída nenhuma, a não ser o voto também secreto, para escolha de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Qualquer outra medida ficará sempre no nível do apelo, jamais como uma medida prática, que modifique a situação existente. Na verdade, Vereador, não vamos evitar um outro constrangimento anterior ao homenageado, porque essa pessoa - e por isso mesmo faço questão de não mencioná-la - não tem culpa, provavelmente. Então, como nós temos o voto secreto para Cidadão de Porto Alegre, encontramos um caminho para remediar com o Cidadão Emérito, que não é um voto secreto, e então todo mundo acaba votando.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: V. Exa. pode verificar que o fator responsabilidade, que existe muito quando da apresentação do Título de Cidadão de Porto Alegre, até pelo medo de que haja um constrangimento com o homenageado, não existe, em relação ao Cidadão Emérito, porque o voto secreto é o que determina o constrangimento do proponente. Agora veja, Vereador, a mesma proponente já nos criou aqui um constrangimento há pouco tempo atrás, em relação a outra homenagem, e que se teve que renovar a votação, para evitar agressão ao homenageado, que não tinha culpa nenhuma. A mesma Vereadora, a mesma proponente. Então ao invés de, primeiro, indagar de seus pares e tentar organizar a homenagem, para não correr esse tipo de risco, faz propostas sem as consultas e cria os problemas. Eu diria, então, que, teoricamente, nos casos futuros eu concordo com V.Exa.

Estou abordando este caso, porque o mesmo me chama atenção e é exatamente localizada a homenagem, eu me preocuparia de fazer um contato com a Vereadora, para que ela retire a proposta - para que não tenhamos o constrangimento de votar contrariamente, o que afeta a pessoa do homenageado, e este não tem nada a ver com esta estória, em hipótese alguma. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há “quorum”. Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerram-se os trabalhos às 17h41min.)

 

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